Análise ao possíveis adversários do SL Benfica na pré-eliminatória

    “MESMO NA MORTE, ELE FOI VITORIOSO”

    Também originado duma fusão de dois clubes menores, o AEK Larnaca decidiu homenagear, no escudo, no lema e na sua abordagem ao desporto, Címon, um estadista ateniense que se opôs aos Persas durante toda sua a vida e que morreu em Cítio – que era como se chamava Larnaca em 450 aC – defendendo-se dum cerco por eles executado.

    Morreu humilde e pela sua cidade-pátria, uma causa maior que o submete ao espectro do Estoicismo, que por coincidência seria fundado na mesma cidade por Zenão (de Cítio) uma centena de anos depois: e é com esta herança que o AEK se tenta sobrepor aos principais poderes da Ilha, como o APOEL, o Anorthosis ou o Omonia.

    Desde 2014 que a equipa se dotou duma base espanhola de forma a contrabalançar o poderio técnico-tático desses três: a chegada de Thomas Cristiansen reformolou o clube e deu-lhe esse perfume castelhano, permitindo algumas classificações europeias.

    A base espanhola espalhou-se pela administração, os sucessores de Thomas foram também eles espanhóis (o actual é Jose Luis Oltra, que construiu história maioritariamente na Segunda Liga Espanhola) e o plantel foi-se recheando de jogadores de médio plano da La Liga – aos quais se juntaram alguns portugueses como Luis Gustavo (no clube desde o ano passado) ou Rafael Lopes e Bruno Gama, que aterraram este Verão.

    A principal estrela é o avançado Trickovski (que é o capitão e tanto pode ser o ponta-de-lança como jogar atrás de, por exemplo, Rafael Lopes), macedónio com passagens por Estrela Vermelha e Club Brugge.

    A AEK arena é o palco onde se jogam as partidas caseiras. Conseguem entrar 7400 espectadores de forma a corresponder a todos os parâmetros de segurança que colocam o estádio como categoria 4 da UEFA – mas em jogos da Liga local a assistência é alargada para 13mil, por permitir lugares em pé.

    Sem grande experiência europeia, será surpreendente se os cipriotas conseguirem passar o primeiro obstáculo e ainda mais extraordinário se conseguirem oferecer resistência ao SL Benfica durante 180 minutos – mas o futebol, sendo imprevisível, tem sempre espaço para tomba-gigantes, principalmente em fases tão recuadas e em competições a eliminar.

    E o SL Benfica experimentou o sabor duma derrota desse género há bem pouco tempo, quando foi ao Toumba ser eliminado pelo então PAOK de Abel Ferreira.

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.