4. Pacheco
Veio num pacote do qual nem era o craque. Quem mais se destacava naquele Portimão era um médio de fino recorte chamado Augusto, titularíssimo e quem o SL Benfica realmente queria – Pacheco não passava de alguém promissor, ainda a aparecer, sem real peso na equipa.
Ironicamente, é ele quem se adapta aos ares lisboetas e ao balneário da Luz, Augusto não resistiu á pressão e ao peso da camisola e perdeu-se. Pacheco chegou, aprendeu com Chalana – acabado de chegar da aventura francesa – e foi-lhe bebendo os ensinamentos.
Bebeu tanto que se tornou num ponta esquerda de referência, talvez o último tradicional extremo português, vertical e de entrega sempre sobre a linha de fundo. Foi finalista da Liga dos Campeões, obrigou Futre a jogar do lado direito em 92-93, foi campeão nacional duas vezes e só falhou a terceira pela pior decisão da sua vida: alegar salários em atraso e rumar a Alvalade, erro que já admitiu ser o maior da sua vida.