As Voltas de Carrillo

    “Carrillo titular”. Duas palavras que, na última jornada da Liga NOS, deixaram muitos Benfiquistas reticentes sobre a escolha de Rui Vitória. O Benfica enfrentava o Arouca, na Luz, e, para ocupar o lugar libertado por Salvio, lesionado, uns pediam Cervi, outros pediam Rafa. O extremo peruano, quase sempre no banco, dava poucas garantias. Desde o início da época, apenas duas vezes tinha jogado os 90 minutos, contra o Vizela (Taça CTT) e contra o Leixões (Taça de Portugal), e só em oito tinha feito parte do 11 inicial.

    Esta tem sido uma época um tanto instável para o jogador de 25 anos, que, para além da concorrência com Cervi e Rafa, conta ainda com a de Zivkovic, que se tem afirmado no plantel. Carrillo vinha sendo um suplente no banco, com dificuldades em adaptar-se ao sistema de jogo.

    Carrillo marcou frente ao Arouca Fonte: SL Benfica
    Carrillo marcou frente ao Arouca
    Fonte: SL Benfica

    No entanto, o camisola 15 chegou, viu e venceu! Contra todas as expectativas, fez o melhor jogo ao serviço das águias e foi considerado o Homem do Jogo. E foi merecedor desse galardão. Mostrou inteligência nos momentos decisivos, não resolvendo precipitadamente, desequilibrou bastante e fechou bem o flanco. Pensou muito bem o jogo e ainda marcou um golo de grande nota artística, resultante de uma jogada irrepreensível. Resumindo, o extremo justificou a confiança de Rui Vitória, e deixou os adeptos satisfeitos, que, depois de várias semanas de contestação às suas prestações, deram a mão à palmatória.

    E o jogador convenceu tão bem que, no último jogo do Benfica, frente ao Borussia Dortmund, a contar para os oitavos-de-final da Champions League, voltou a constar no 11 inicial, mas fez uma partida mais apagada e acabou por ser substituído ao intervalo.

    Carrillo é um jogador que tem tudo para ainda dar alegrias aos Benfiquistas. O seu crescimento gradual desde que chegou à Luz é visível, e, tendo em conta o período que se encontrou sem jogar no Sporting, o ritmo baixou e agora o sistema de jogo é outro. O talento está lá. E vai-se destacando por algumas características importantes: entrega e vontade de jogar e de progredir. Precisa apenas de tempo para consegui-lo e, depois, talvez, afirmar-se. Forte no 1×1 (para mim, o melhor extremo do plantel, nesse aspeto) e com grande velocidade, vai recuperando o ritmo competitivo. Se continuar assim, pode ser uma peça importante nesta segunda volta do campeonato, que ainda fará correr muita tinta. Dêem tempo ao tempo e ele acabará por ganhar espaço e mostrar o que vale. Pelo menos, assim espero.

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    Nadine Gil
    Nadine Gilhttp://www.bolanarede.pt
    Alentejana que se mudou para a capital para estudar Jornalismo. Vibra intensamente pelo Sport Lisboa e Benfica e só perde um jogo em casos extremos. Erros gramaticais provocam-lhe arrepios.                                                                                                                                                 A Nadine escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.