O Benfica venceu a Taça da Liga num jogo com duas caras: uma primeira parte que surpreendeu pela intensidade de jogo do Rio Ave, e um segundo tempo fortíssimo do Benfica.
Foi uma primeira parte de grande intensidade aquela a que se assistiu no Estádio Dr. Magalhães Pessoa. O Rio Ave entrou mais forte na partida e dominou quase por completo os primeiros dez minutos. Pressionando alto e com os blocos mais subidos do que habitual, os vilacondenses surpreenderam por completo os pupilos de Jorge Jesus, que, talvez à espera de encontrar um Rio Ave menos ousado, demoraram a acertar as marcações. Quem usufruiu da fase menos boa do Benfica foi Ukra e Pedro Santos. Na verdade, a profundidade ofensiva que os extremos da equipa comandada por Nuno Espírito Santo ofereceram foram os grandes responsáveis pela excelente primeira parte do Rio Ave.
Após esse início apático, o Benfica organizou-se e assumiu o controlo do jogo. Porém, em diversas ocasiões, o Rio Ave conseguiu sair em contra-ataque causando alguns calafrios aos adeptos benfiquistas.
As duas equipas mantiveram sempre um bom nível, disputando o jogo taco a taco, digno de uma final. De facto, as oportunidades de golo surgiram em ambas as balizas, mas a ineficácia imperou até bem perto do final do primeiro tempo. Ao minuto 41, Rodrigo, um dos melhores em campo, aproveitou uma bola perdida na sequência de um canto marcado por Gaitán e atirou para o fundo da baliza de Ventura. O Benfica quebrou o gelo e foi para o intervalo com o conforto da vantagem.
A segunda parte trouxe um Rio Ave menos forte, menos intenso e incapaz de se sobrepor à qualidade dos jogadores encarnados. O Benfica, por seu turno, guardou a bola e conseguiu controlar o jogo (e o resultado). Embora o Rio Ave mostrasse vontade de inverter o marcador, o Benfica foi demasiado forte no segundo tempo, demonstrando, mais uma vez, que é uma equipa muito sólida. Os encarnados aniquilaram por completo toda e qualquer jogada ofensiva dos vilacondenses (Luisão fez mais um jogo de grande qualidade), faltando apenas dilatar a vantagem para se poder confirmar o segundo título da época para o Benfica. Ora, coube ao capitão das águias dissipar as dúvidas: ao minuto 78, Enzo, na marcação de um livre, meteu a bola na área do Rio Ave e Luisão cabeceou para o 2-0, com Ventura a ficar muito mal na fotografia.
Descontraído, e com a Taça da Liga no bolso, o Benfica triturou o Rio Ave nos últimos dez minutos, pecando apenas na finalização. Ainda assim, a derrota por números menos avultados parece-me justa para o Rio Ave, que foi um digno vencido.
A formação de Vila do Conde leva para casa a experiência de uma final, sabendo de antemão que no próxima dia 18 irá enfrentar, novamente, os encarnados na final da Taça de Portugal. Quanto ao Benfica, a formação lisboeta dá assim o primeiro de três passos rumo à época de sonho. Está quase, rapaziada!
A Figura
Luisão – Marcou o golo que confirmou o jogo (e o título) mas fez muito mais do que isso: impôs a sua autoridade e limpou todo os lances de perigo na área do Benfica. Que grande época do capitão!
O Fora-de-Jogo
Markovic – Ainda que nenhum jogador do Benfica tenha estado num plano negativo, o jovem talento sérvio perdeu muitas bolas e pecou por complicar.