O Benfica teve de suar para ganhar a uma Juventus que demonstrou ser uma equipa de primeira linha da Europa. O golo de Lima perto do final da partida dá esperança a uma presença na final de Turim.
Foi um Benfica incisivo, dominante e aguerrido que entrou no relvado da Luz. Com Sulejmani e Cardozo nos lugares de Gaítan e Lima, o Benfica chegou ao golo logo aos 3 minutos: Sulejmani marcou um canto e Garay cabeceou para o fundo da baliza de Buffon. Foi chegar, ver e marcar.
De facto, os encarnados entraram muito fortes e pressionantes em todo o campo, utilizando a habitual dinâmica ofensiva que surpreendeu a Juventus nos primeiros 20 minutos. Porém, esse fulgor das águias depressa se esfumou e o 3-5-2 que carateriza a equipa de Turim rapidamente se impôs na Luz, empurrando para trás todo o bloco benfiquista. O meio-campo de gala Juve, composto por Asamoah, Marchisio, Pirlo, Pogba e Lichsteiner, pressionou (e dominou) as duas linhas mais recuadas das águias, ganhando todas as segundas bolas. Do outro lado da barricada, o Benfica tentou sair em contra-ataques através de Markovic, Sulejmani e Rodrigo, que, à exceção de dois ou três lances, foram constantemente bloqueados pelos homens de Antonio Conte.
Esta batalha tática entre Jesus e Conte não mexeu no marcador e o Benfica foi para o intervalo com uma vantagem mínima, além de muitas questões táticas por resolver devido ao domínio dos italianos.
A segunda parte trouxe uma Juventus ainda mais dominadora. Os italianos tentaram claramente marcar um golo que pudesse anular a vantagem do Benfica e assim levar para Turim o conforto que um golo fora sempre aufere.
A equipa portuguesa mostrou-se inconsequente, fruto da fadiga e, claro, da qualidade dos jogadores da Juventus. A ausência de Gaítan e o apagado jogo de Cardozo (mais um) foram, também, fatores decisivos para o declínio encarnado.
Face a tamanha soberania, a Vecchia Signora chegou ao golo aos 73 minutos: Tevez recebeu a bola de Asamoah e, dentro da grande área encarnada, tirou com alguma sorte Luisão e Maxi Pereira do caminho, rematando, por fim, para o fundo da baliza de Artur.
O empate assinava alguma justiça no marcador e o Benfica foi obrigado a procurar um novo golo. Já com Lima em campo (substituiu Cardozo), a equipa da Luz conseguiu finalmente equilibrar a partida. As diagonais e o espírito coletivo do avançado brasileiro foram essenciais para que o Benfica se recompusesse, tanto a nível tático como a nível emocional.
Na verdade, foi o próprio Lima que, ao minuto 84, sentenciou a partida com um remate fortíssimo, não dando qualquer hipótese a Buffon.
O herói da partida frente ao Olhanense enviou um “bilhete” ao guarda-redes italiano. Bilhete esse que pode perfeitamente valer a passagem à final da Liga Europa.
Com o jogo partido, nos minutos finais, ambas as formações dispuseram de ocasiões de golo, mas a ineficácia imperou até ao apito final.
O Benfica vai para Turim com uma vantagem mínima e com a certeza de que terá de sofrer muito para ultrapassar esta fortíssima Juventus. O cliché “a eliminatória está completamente em aberto” nunca fez tanto sentido.
A figura:
Siqueira – com três palavras se carateriza a atuação do defesa do Benfica: raça, empenho e qualidade. Que grande jogo do lateral brasileiro. Atacou, defendeu, jogou e fez jogar.
O Fora-de-jogo:
Cardozo – mais um jogo de péssima qualidade do avançado benfiquista. Não me lembro de um único remate e isso diz tudo sobre a sua atuação.