Bi-campeonato: Todos pelo mesmo?

    coraçãoencarnado

    Zero pontos. Dois jogos já se foram e o número em forma de círculo lá nos continua a chatear. Sim, dois jogos, duas histórias diferentes. No entanto, o resultado foi o mesmo, a derrota e os tão odiados zero pontos. É a liga dos grandes, dos gigantes, e era nessa mesma liga que eu queria mostrar que sou gigante. Porquê? Fácil, porque em Portugal todos sabem que somos enormes e, apesar de lá fora também o saberem, às vezes apetece-me mostrar mais e mais e mais… Bem, chega de filosofias e vamos aos factos. Como é lógico, não junto o jogo com o Zenit no mesmo barco do jogo com o Leverkusen. Mas ao olhar com atenção para os dois jogos existem algumas verdades que, por muito que eu as queira disfarçar, insistem em aparecer: claramente o plantel é mais limitado do que o do ano passado – não só o onze base é mais fraco, como o Jesus tem menos alternativas no banco; claramente o grupo é demasiado equilibrado – apesar disso não me parece uma desculpa válida e já vou explicar porquê; finalmente, a história dos últimos anos repete-se na Liga dos Campeões.

    Ponto por ponto: parece-me óbvio que o Jesus tem menos soluções viáveis, apesar de este ter sido um dos anos onde mais dinheiro gastámos (não vou assumir nem especular que foi mal gasto, simplesmente as soluções ainda não estão lá). Não quero perder muito tempo com este assunto, que tem sido discutido vezes demais, mas quanto ao onze, se reparamos no guarda-redes, dupla de centrais, defesa-esquerdo, número 6, segundo avançado e mesmo a posição de ala-direito (apesar de adorar o Salvio, parece-me que o Markovic permitia mais flexibilidade no ataque, chegando muitas vezes a trocar com o Nico), constataremos que a equipa perdeu claramente em todos os sectores. Desde o guarda-redes até ao ataque.

    Agora vamos ao grupo: Zenit, Leverkusen e Mónaco. Onde estão os gigantes europeus? Só vejo o Benfica. Pois é, não estão. Sim, é um grupo equilibrado, mas parece-me que era perfeitamente aceitável que passássemos este grupo. Tenho de olhar para o jogo do Leverkusen, pois, como todos sabemos, contra o Zenit enfrentámos uma noite não só gelada como também repleta de azar. Na Alemanha, aquelas onze papoilas que eu vi subirem ao relvado tremiam. Pele de galinha. O Jesus não se mexeu o suficiente nos primeiros vinte minutos. Porquê, Jesus? Grita com eles, chama-lhes tudo o que puderes, mas por favor não me voltes a fazer o que fizeste. Não me faças ver o meu Benfica com medo na Alemanha, com os jogadores encolhidos. O que é que lhes disseste antes do jogo, Jesus? Onde é que estava o gigante europeu, a jogar em casa ou a jogar fora? Quem é que devia tremer por todos os lados quando o Salvio, o Gaitán ou o Enzo tocassem na bola? Pois é, certamente não éramos nós. Gostava também de arrumar este tema, porque apesar de tudo aquilo que eu disse, tenho a certeza de que eles deram tudo. E vão continuar a dar (mas sem medo da próxima vez).

    Antes do pesadelo Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
    Antes do pesadelo
    Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

    É tempo de perceber o que correu mal, mas olhar para o que tem corrido bem: apesar da limitação do plantel, a verdade é que o Jesus tem conseguido tirar o máximo de cada jogador no campeonato. E onde estamos? Bem lá em cima, com uma vantagem confortável. As exibições não têm sido geniais, provavelmente na maioria dos jogos não temos cilindrado ninguém, mas não é isso o que eu quero – o que eu quero é o bicampeonato. Sim, quero voltar a mostrar a nossa grandeza aos portugueses. Por isso, vamos apoiá-los incessantemente, tal como temos feito. Não sei se vamos passar ou não na Champions mas sinceramente ainda acredito! Mas mais do que isso tudo, quero ser campeão dois anos seguidos, algo que não conseguimos há tempo demais…

    Benfiquistas, vamos esquecer o que aconteceu para lá das nossas fronteiras e vamos continuar a gritar até não podermos mais. E começamos já amanhã, frente ao Arouca! Raça, Força e Querer. Três palavras para relembrar durante este fim-de-semana. Por muito que nos custe perder na Europa, que todos nós nos sintonizemos com os objectivos do clube – ser bicampeão (desculpem mas nunca é demais lembrar). Ah! Se por acaso não passarmos aos oitavos da Champions, que venha mais uma final da Liga Europa.

    Acabo este texto apresentando-me como um benfiquista doente que vos acompanhará todos os sábados. Será um prazer escrever para o “Bola na Rede”. Bem-vindos ao “Coração Encarnado”.

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    Francisco Vinagre
    Francisco Vinagrehttp://www.bolanarede.pt
    O Francisco é um emigrante mas não é por isso que sente menos o seu Benfica. Contou-nos que só pára de gritar com as paredes do seu quarto madrileno quando as palavras chegam ao Estádio da Luz. Desde 1991 que o seu coração é encarnado, por fora e por dentro. Recusa-se a perder um jogo e sabe os números dos jogadores de trás para a frente! Só tem saudades do seu Eusébio e de vez em quando mete-se no avião para cheirar a relva da Luz.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.