Apesar da razia de lesões da equipa bracarense, o Benfica tinha hoje um jogo de grau de dificuldade elevada para seguir na estrada do título nacional e manter a confortável vantagem face ao Sporting, que ontem vencera. Com 9 jogadores indisponíveis, Jorge Paixão montou um Braga que apresentou pouca dinâmica em razão das escassas rotinas que o onze inicial tinha entre si. Do lado do Benfica, Jorge Jesus montou a equipa de gala habitual, algo que já esperava face à rotatividade que fez no Dragão, a meio da semana.
Entrada a todo o gás do Benfica na partida e Gaitán deixou o primeiro aviso: após um passe soberbo de Enzo Pérez, o camisola 20 atirou às malhas laterais da baliza de Eduardo. Estava dado o primeiro aviso e não tardaria a chegar o golo. Perda de bola de Dabó (como é que este jogador joga na primeira divisão?) para Gaitán, que serviu Rodrigo, dizendo este um “até já” a Aderlan Santos antes de cruzar paro remate certeiro de Lima. Foi a terceira jornada consecutiva do brasileiro a marcar para o campeonato. O Braga tentava reagir ao golo madrugador, pressionando surpreendentemente alto na saída de bola encarnada. Por Pardo e Rusescu, a equipa da casa espreitava timidamente uma oportunidade para ser feliz. A tal rotatividade imposta por Jesus no jogo da Taça de Portugal pareceu ter tirado alguma dinâmica ao principal motor da equipa. Enzo Pérez fez um jogo muito abaixo daquilo que pode e sabe e a sua intranquilidade alastrou-se ao resto da equipa. Fejsa faltoso, Gaitán impreciso no passe, Markovic inconsequente frente ao debilitado Núrio. Apenas o sector defensivo passava incólume perante este adormecimento generalizado e Siqueira fez um corte providencial quando Pardo se isolou para bater Oblak.
No segundo tempo, pouco se alterou o figurino do jogo e até iam pertecendo ao Braga as melhores chances de golo, apesar de o verdadeiro perigo apenas ter aparecido quando Piqueti espreitou um toque de calcanhar para encaminhar a bola para as redes. A ansiedade do Benfica em fazer as coisas depressa e bem acabou por retirar algum discernimento em momentos importantes da partida. Felizmente, do lado bracarense eram evidentes as limitações e a menor qualidade em relação ao que é habitual.
E se os adeptos encarnados estavam com o credo na boca, mais ficaram quando Rodrigo (porquê ele e não Lima?!) desperdiçou a grande penalidade por falta sobre ele cometida, aos 91 minutos. Grande defesa de Eduardo mas fica a dúvida se a infracção foi cometida dentro ou fora do terreno de jogo. Dúvidas não ficam sobre a cada vez mais proximidade do Benfica em relação ao campeonato nacional. Com 15 pontos por disputar, o Benfica já “só” necessita de vencer os jogos em casa (Rio Ave, Olhanense e Setúbal) para ser feliz. E sê-lo-emos, que merecemos.
A Figura
Sílvio – Mais um excelente jogo do lateral português emprestado pelo Atlético de Madrid. Competente no ataque e seguríssimo na defesa.
O Fora-de-Jogo
Enzo Pérez – Em baixa rotação, ficou tempo a mais em campo. Por ele passa muito do jogo encarnado e a equipa ressentiu-se disso mesmo.