SC Braga 1-1 (5-4 g.p) SL Benfica: É em líbio que se diz meias-finais!

Benfica

A CRÓNICA: Braga feliz nas grandes penalidades avança para as meias-finais

Era dia de Taça, com a memória bem viva do último duelo entre SC Braga e SL Benfica, que tinha terminado com vitória bracarense por três bolas a zero. Desde aí, os encarnados nunca mais voltaram a conhecer o sabor da derrota e os bracarenses tiveram um percalço pelo caminho, mas deram a resposta no domingo passado na Pedreira, quando derrotaram o FC Famalicão. Nesse jogo, a entrada de Pizzi foi fulcral para a vitoria e Artur Jorge lançou o ex-Benfica no onze, no jogo que valia apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal, onde já era sabido que defrontariam o CD Nacional.

O Benfica mantinha a estrutura e jogadores que foram sinónimos de vitória nas últimas partidas, com Gonçalo Ramos e Rafa a começarem no banco de suplentes.  A equipa de Roger Schmidt prestava-se ao habitual: trocar a bola com prontidão no meio-campo e procurar uma eventual desmarcação nas alas. O jogo fluía com tranquilidade, os encarnados no seu registo habitual, com a bola a circular por vários setores de forma paciente, sem admitir aos bracarenses muito espaço quando estes conseguiam recuperar a bola. Apesar disso, a equipa da casa quando conseguia aguentar mais de cinco segundos dessa fase, saia com a ajuda dos laterais, mas a má definição foi depois a sua maior inimiga.

O jogo começou aberto nas laterais e com as duas equipas a colocarem os jogadores mais adiantadas no centro. A execução era rápida, sobretudo do SC Braga que queria aproveitar as linhas mais adiantadas do seu adversário.

O Braga estava apático e o Benfica conseguia chegar à área, mas sem finalizar. Isto é, até ao minuto 14, em que o canto curto da equipa da Luz trouxe o primeiro golo da partida. Neres e Aursnes a combinar e o brasileiro a cruzar com conta, peso e medida para o cabeceamento de Guedes. Braga 0 Benfica 1.

A primeira grande contrariedade para o líder do campeonato não surgiu através de perigo concreto da equipa bracarense, mas sim através duma expulsão. Foi na meia hora, com Alexander Bah a ir para a rua após pisar Pizzi para travar uma transição rápida.

Os guerreiros do Minho não demoraram a capitalizar na sua superioridade numérica e foi ver, chegar e marcar. Pontapé de canto, com a bola a encontrar Al Musrati sozinho no segundo poste. O líbio não se fez de rogado e colocou o empate no marcador.

Não havia muitos motivos, ao intervalo, para divertimento dos espetadores. Era um jogo amarrado, com o Benfica a ser a melhor equipa em campo, mas sem nunca conseguir impor inteiramente o seu jogo ao ponto de dominar através de oportunidades de golo.

A segunda parte trouxe uma faceta que não tínhamos visto ainda do Benfica, com uma linha de cinco atrás com a entrada de Morato. Os laterais ganhavam preponderância, a serem procurados ainda mais vezes no espaço. Os arsenalistas não se aventuravam em pressão alta, apesar da superioridade numérica. As duas equipas não arriscavam e as áreas eram uma miragem.

No jogo de xadrez que foi o segundo tempo, os encarnados convidaram o Braga a ter mais bola, os arsenalistas aceitaram o convite, mas não conseguiram coloca-la dentro da baliza das águias. Muita vontade, mas com a exceção de dois remates fora da área dos homens da casa, poucas oportunidades. Assim, o encontro foi a prolongamento.

Pouco a assinalar no tempo extra, mas já mesmo nos 120 Morato viu o segundo amarelo e o Benfica ficou reduzido a nove unidades. O jogo foi para grandes penalidades.

Da marca de onze metros, apenas um jogador vacilou: ‘Fred’ Aursnes falhou mesmo o quarto penalti das águias, o Braga concretizou todos – com Musrati a marcar o penalti da vitória, que deu o apuramento à equipa da casa. O Benfica cai por terra e o SC Braga avança para defrontar o CD Nacional nas meias-finais da Taça de Portugal.

A FIGURA

Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Al Musrati – É difícil ficar alheio ao facto de ter sido o jogador que marcou o penalti decisivo, mas o médio bracarense foi muito mais que isso. Um dínamo a levar a equipa para a frente, uma máquina de fazer pressão e a resistir a ela. Marcou também no tempo regulamentar, reforçando o caráter decisivo da sua exibição.

O FORA DE JOGO

Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Alexander Bah – Podia ser Pizzi o escolhido nesta categoria pelo jogo extremamente apagado que fez, mas o dinamarquês fica ligado ao lance que muda a figura do jogo. Numa altura em que a sua equipa vencia e controlava o jogo, a sua entrada impetuosa ajudou a galvanizar o adversário e pôs uma amarra no jogo da sua equipa até ao fim, obrigando a um tipo de jogo totalmente diferente.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

SC Braga

Bola na Rede: Voltando atrás, ao intervalo. Com o Braga a ter o ascendente no jogo, tinha marcado o golo por volta dos 35 minutos. O que pediu de diferente para a segunda parte sabendo que o Benfica se ia fechar ainda mais no jogo?

Artur Jorge: Não muito diferente, pedi acima de tudo que fossemos mais rápidos na circulação, mais verticalidade no nosso corredor esquerdo onde tínhamos o Bruma depois para ser capaz de criar alguns desequilíbrios e manter a mesma solidez defensiva, já que desde que o Benfica fica com menos um é uma equipa que procura ter o seu jogo mais direcionado para transições, procurar bolas mais rápidas na frente para a velocidade dos seus atacantes e sabíamos que isso era importante de conseguir controlar. Acima de tudo, alguma solidez naquilo que eram os equilíbrios defensivos e podermos ser mais rápidos e verticais no ataque à baliza contrária.

SL Benfica

Bola na Rede: Não foi possível colocar questões ao técnico Roger Schmidt.

Fernando Coelho
Fernando Coelho
Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.

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