Costuma dizer-se que o futebol é um desporto de Inverno, em que as equipas têm de estar preparadas para evidenciar qualidade em terrenos menos “férteis”. Também se aponta ao manual de qualquer candidato a coisas grandes, que, por vezes, a qualidade tem de se substituir por uma atitude de luta, superação e coesão. Ora o Benfica, do traiçoeiro Marcolino de Castro, brincou com o fogo. Exibição que foi na primeira parte sofrível e que fez acreditar um Feirense que voltou a ser um tratado de organização.
Rui Vitória decidiu surpreender ao colocar Zivkovic na posição de segundo avançado. O sérvio, habituado à linha, procurou zonas exteriores para fazer fluir o jogo encarnado e o Benfica não ganhou muito com isso. Não por culpa do sérvio – o extremo fez o que pôde numa posição diferente -, mas sim por uma apatia colectiva que foi adormecendo o encontro – o Benfica precisava de fogo e não de gelo…
Os comandados de Nuno Manta foram iguais a si próprios. Uma equipa organizada, competente e muito coesa no processo defensivo. Apenas os lançamentos longos de Pizzi iam criando dificuldades ao último reduto da equipa da Feira. Por outro lado, a equipa ia saindo para o ataque com qualidade e critério, sempre encabeçada por um Karamanos inteligente a jogar de costas para a baliza.
Antes do intervalo, a qualidade individual sobressaiu. Carrilo lançou Pizzi, que, através de um simples toque e de uma simulação discreta, transformou uma oportunidade em golo. Era um golpe muito duro para a equipa de Nuno Manta. E isso fez-se sentir na segunda parte…
O segundo tempo teve um Benfica mais calmo e senhor do encontro. A qualidade subiu um pouco e as oportunidades foram-se construindo sem a respectiva finalização. O problema estava no outro lado. A equipa continuava a facilitar por vezes e, em alguns lances, a equipa de Rui Vitória passou por real perigo. Um gigante ufa no final. E a liderança do campeonato restabelecida. Sem brilho, contudo.
Foto de capa: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica
Artigo revisto por: Francisca Carvalho