CD Tondela 0-2 SL Benfica: “Pré-Clássico” vitorioso ao ritmo de Everton

    A CRÓNICA: PRIMEIRA PARTE DE BOM NÍVEL BASTOU

    O fim de tarde frio e ventoso no Estádio João Cardoso não impediu o SL Benfica de levar de vencida o CD Tondela, num jogo que teve duas partes distintas. Com Everton em grande, sobretudo nos primeiros minutos, os comandados de Jorge Jesus foram “perdendo gás” com o passar do tempo, mas cumpriram com o exigido: a vitória.

    Como seria de esperar, o Benfica começou a querer mandar o jogo e impor o seu “rendilhado” para chegar à área adversário. Do lado do Tondela, imperava um bloco baixo, mas sempre pronto a lançar os rápidos extremos, Rafael Barbosa e Salvador Agra.

    Ainda antes de batermos o minuto dez, Seferovic desperdiçou uma oportunidade clamorosa de golo. Todavia, no ataque seguinte, interveio uma voz de comando para mostrar como se faz. O capitão Pizzi, depois de uma boa incursão de Everton pela esquerda, apareceu ao segundo poste para finalizar com classe, adiantando o Benfica no marcador.

    Os “encarnados” continuaram a sufocar os beirões, criando oportunidade atrás de oportunidade. Aos 19 minutos, um nome começou a ganhar forma como destaque do jogo: Everton. Depois de assistir, o extremo brasileiro marcou um golo de grande categoria, colocando a bola fora do alcance de Trigueira. Será que “Show Cebolinha” chegou finalmente à Primeira Liga Portuguesa?

    Até ao intervalo, o denominador comum manteve-se o mesmo: uma bela exibição das “Águias”. Os homens do Tondela foram tentando explorar o contra-ataque, sobretudo através de Rafael Barbosa, mas nunca incomodaram verdadeiramente o setor recuado adversário.

    A segunda parte trouxe Mario González com vontade de ser figura de destaque, mas para azar do avançado espanhol, Helton Leite decidiu roubar-lhe o protagonismo. Duas defesas de alto nível mantiveram o Benfica com a dupla vantagem com que saiu para o intervalo, depois de uma entrada em falso na etapa complementar.

    O Benfica melhorou o nível exibicional (ainda que sem nunca alcançar o apresentado na primeira parte), mas só aos 78 minutos os “encarnados” voltaram a dispor de uma boa oportunidade. Todavia, o remate de Pizzi passou ligeiramente acima da barra e não fez jus à bela jogada construída por Chiquinho, pela direita.

    Até final, Cervi teve um cara-a-cara com Trigueira, mas foi o guardião dos tondelenses quem levou a melhor. O Benfica venceu em Tondela com base numa primeira parte inspirada e, assim, mantém-se nas lutas do cimo da tabela.

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Everton – Um golo e uma assistência coroaram a bela exibição do extremo em Tondela. Muito mais interventivo na primeira parte do que na segunda (como, de resto, a equipa do Benfica), mostrou-se pela primeira vez a alto nível desde que chegou a Portugal.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: CD Tondela

    Mario González – O goleador do Tondela dispôs de várias boas chances para finalizar com sucesso, mas nunca o conseguiu. Ora por mérito de Helton Leite, ora por demérito do espanhol, o certo é que não foi capaz de cumprir com a sua maior obrigação: marcar golos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    Pako Ayestarán apostou no 4-3-3 habitual, alterando apenas um dos extremos em relação à equipa-tipo dos tondelenses: Murillo, por lesão, deu lugar a Salvador Agra, que havia perdido o estatuto de titular há algumas jornadas, para Rafael Barbosa. Destaque ainda para o muito espaço concedido entre a linha média e a linha mais recuada, sobretudo na primeira parte, o que permitiu ao Benfica jogar com maior à vontade perto da área de Trigueira.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Trigueira (5)

    Bebeto (5)

    Yohan Tavares (5)

    Ricardo Alves (5)

    Filipe Ferreira (5)

    Jaume Grau (6)

    João Pedro (6)

    Roberto Olabe (5)

    Salvador Agra (6)

    Rafael Barbosa (6)

    Mario González (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Telmo Arcanjo (5)

    Enzo Martínez (5)

    Tomislav Strkalj (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Jorge Jesus voltou a apostar no 4-4-2, face à ausência de Otamendi e à impossibilidade de formar o habitual trio de centrais. Everton assumiu-se desde cedo como a grande figura da tarde/noite em Tondela, ao passo que Rafa e Waldschmidt estiveram algo desaparecidos. Mais atrás, mérito para a boa partida de Gabriel, que teve oportunidade dada a ausência de Weigl e marcou mais pontos na luta pela titularidade.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Helton Leite (7)

    Gilberto (6)

    Lucas Veríssimo (5)

    Jan Vertonghen (6)

    Alex Grimaldo (6)

    Gabriel (6)

    Pizzi (6)

    Everton (7)

    Rafa Silva (5)

    Luca Waldschmidt (5)

    Haris Seferovic (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Chiquinho (6)

    Pedrinho (6)

    Franco Cervi (5)

    Diogo Gonçalves (5)

    Morato (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD Tondela

    BnR: O que falou com os jogadores ao intervalo que motivou a boa entrada da equipa na segunda parte?

    Pako Ayestarán: É difícil falar durante o jogo, mas tentei dizer ao Ricardo Alves o que pretendia. A nossa linha média e a linha recuada estavam muito distantes, por isso ao intervalo tentámos corrigir alguns posicionamentos. Os nossos homens de trás estavam apenas a controlar o Seferovic, o que deixou muito espaço para outros homens do Benfica.

     

    SL Benfica

    BnR: Vimos o Gabriel a juntar-se, por vezes, aos dois centrais, no momento da saída a jogar. Foi uma tentativa de fazer com que a equipa estivesse mais confortável na saída, uma vez que tem jogado recentemente com três centrais?

    Jorge Jesus: A pergunta é interessante, mas sempre fizemos isso. Seja qual for o sistema, normalmente fazemos isso: uma saída a três. São rotinas que os jogadores têm normalmente, treinam para isso, mas o Gabriel fez isso mais vezes na primeira parte. Na segunda saímos mais vezes com dois jogadores.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.