CD Tondela 1-3 SL Benfica: Três pontapés na crise

    A CRÓNICA: TRIUNFO COM UMA DOSE DE ESPERANÇA

    Entre “dar um pontapé” na crise ou afundar-se ainda mais nela, o SL Benfica deslocou-se ao reduto do CD Tondela na tentativa de mudar o rumo da época, com a única certeza a ser a necessidade de repensar os objetivos desportivos a que se haviam proposto no início.

    O jogo começou “a todo o gás”, com Darwin a ter a primeira chance de golo nos pés logo ao segundo minuto de jogo. Valeu aos tondelenses a bela intervenção de Trigueira, que cortou o ângulo de remate ao avançado uruguaio.

    Com uma grande falange de apoio na Beira Alta, os “encarnados” estabeleceram-se por cima no jogo a partir de início. Todavia, e face ao momento delicado, as saídas rápidas dos homens do Tondela causavam algum desconforto à linha recuada do Benfica, mas sem que o lance chegasse à sua conclusão.

    Aos 20 minutos, os homens da casa chegaram mesmo a introduzir a bola na baliza de Vlachodimos, por intermédio de Javier Avilés, reforço de inverno dos beirões. Todavia, o lance foi anulado por fora de jogo de Salvador Agra, que havia assistido o argentino, e assim desapareceram os “fantasmas” para os jogadores de Veríssimo.

    A resposta do Benfica surgiu de pronto, e deste lado contou. Uma combinação entre Grimaldo e Everton deixou o brasileiro isolado na cara de Trigueira, que desta vez já não conseguiu evitar o golo inaugural dos “encarnados”. A melhor entrada das “águias” era recompensada.

    À passagem da meia hora, Everton tentou imitar o golo que marcou em Tondela na temporada passada e dobrar a vantagem do Benfica, mas Trigueira e a barra não permitiram. Se Everton não conseguiu, Darwin fez questão de mostrar como se faz e o placar mexeu novamente, graças a um golaço do uruguaio.

    Em cima do intervalo, a última grande oportunidade da primeira parte: Agra foi isolado por Tiago Almeida, mas atirou ao lado da baliza adversária. Assim, a pausa chegou com vantagem dupla dos forasteiros.

    No segundo tempo, o Benfica materializou a primeira oportunidade de que dispôs. Everton jogou para Gonçalo Ramos que, dentro da área, descobriu espaço e finalizou fora do alcance do guarda-redes adversário. A vantagem dos “encarnados” aumentava, já com contornos de goleada.

    Se a tarefa tondelense já era dura, o vermelho por acumulação de amarelos para Neto Borges, aos 65 minutos, tornou esta numa missão impossível. O Benfica foi dominando a posse de bola e não permitiu grande expressão aos homens da casa, que se renderam ao resultado.

    Ainda assim, aos 88 minutos, o “golo de honra” surgiu por intermédio de Eduardo Quaresma, que aproveitou a confusão na área encarnada para encostar sem oposição. As contas fecharam com 1-3 no marcador do Estádio João Cardoso, resultado que atenuou alguma da angústia que se vive por esta altura na Luz.

     

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Everton – Com um golo e duas assistências, esteve envolvido nos três tentos dos “encarnados”. Darwin também brilhou e o seu regresso foi notório, mas Everton voltou a mostrar que jogar em Tondela é sinónimo de boas exibições do brasileiro.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Neto Borges – Numa linha defensiva muito permissiva, pesou a expulsão. O lateral enfrentou muitos problemas durante todo o jogo, tal como Tiago Almeida (à direita), mas a imprudência no lance do segundo amarelo acaba por decidir este fora de jogo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    A equipa de Pako Ayestarán apareceu disposta em 4-2-3-1, com o reforço Avilés a fazer de extremo direito e, consequentemente, colocando Boselli atrás do ponta-de-lança, Daniel dos Anjos.

    No meio, a dupla foi composta por João Pedro e Undabarrena, que travaram duelo direto com os dois médios do Benfica.

    Num jogo com muito trabalho a defender, Tiago Almeida e Neto Borges sofreram com ameaças constantes de Everton e Rafa, respetivamente, tal como os centrais Quaresma e Ricardo Alves foram muitas vezes importunados pela dupla de avançados dos “encarnados”.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Trigueira (6)

    Tiago Almeida (5)

    Eduardo Quaresma (5)

    Ricardo Alves (5)

    Neto Borges (4)

    Iker Undabarrena (5)

    João Pedro (5)

    Salvador Agra (5)

    Javier Avilés (5)

    Juan Boselli (6)

    Daniel dos Anjos (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Sessi D’Almeida (5)

    Renat Dadashov (5)

    Manu Hernando (5)

    Telmo Arcanjo (5)

    Bebeto (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Nélson Veríssimo desfez o meio-campo a três em que havia apostado na última partida e voltou ao 4-4-2, com Paulo Bernardo e Weigl a ocuparem as posições centrais.

    Na frente de ataque, o regressado Darwin deu um novo ritmo ao jogo ofensivo da equipa, fazendo dupla com Gonçalo Ramos, ao centro, e a serem apoiados por Rafa e Everton, nas alas.

    Atrás, alguma inquietação quando o Tondela saía rápido em contra-ataque, sobretudo nas laterais, devido ao cariz ofensivo de Grimaldo e Lázaro.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Odysseas Vlachodimos (6)

    Valentino Lázaro (6)

    Nicolás Otamendi (6)

    Jan Vertonghen (6)

    Álex Grimaldo (6)

    Julian Weigl (6)

    Paulo Bernardo (6)

    Rafa Silva (6)

    Everton (7)

    Gonçalo Ramos (6)

    Darwin Núñez (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Diogo Gonçalves (6)

    Soualiho Meite (5)

    Adel Taarabt (5)

    Nemanja Radonjic (-)

    Henrique Araújo (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD TONDELA

    BnR: A equipa costuma ser forte nas saídas rápidas para o ataque, devido aos extremos que tem, com velocidade, mas hoje não foi capaz de explorar o espaço nas costas da defesa adversária. Qual é a razão para esta lacuna no jogo?

    Pako Ayestarán: Não é que nos tenha saído mal, a bola chegou aos alas. Contudo, quando não tens uma certa sequência de passes, é difícil chegar à área adversaria, quer seja ligando o jogo, ou através de saídas rápidas.

     

    SL BENFICA

    BnR: A frente de ataque de hoje apresentou-se mais móvel, com Darwin e Gonçalo Ramos. Sente que é assim que a equipa consegue canalizar melhor o jogo ofensivo?

    Nélson Veríssimo: Acima de tudo, temos que olhar para as características dos jogadores. Em momentos diferentes, os jogadores dão-nos coisas diferentes. O Darwin tem características que todos conhecem, ataca muito bem a profundidade. A ligação entre Gonçalo Ramos, Darwin e Paulo Bernardo funcionou muito bem, por isso temos que olhar para o conjunto e não individualizar, é mérito da equipa.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.