Uma dádiva pouco lembrada | Benfica

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    Arthur Cabral, João Neves e Rafa ditaram a vitória do Benfica na receção ao Gil Vicente, contudo, houve mais um elemento que saiu como protagonista da noite. Na conferência de imprensa pós-jogo Roger Schmidt, quando questionado sobre Florentino, admitiu que o médio era uma “dádiva” para qualquer treinador.

    A verdade é que o jogo frente ao Gil Vicente foi apenas a segunda vez esta temporada que Florentino completou os 90 minutos de águia ao peito e, curiosamente, na outra ocasião os encarnados também venceram sem qualquer golo sofrido, onde registaram uma vitória por 0-2 frente ao Chaves fora de casa.

    O técnico alemão na mesma declaração realçou também as capacidades táticas e aquilo que de bom Florentino oferece ao jogo, destacando que é muito importante ter um jogador como ele em momentos em que outros colegas como João Mário ou Kokçu precisam de descansar. No entanto, será Florentino uma peça a utilizar na totalidade apenas em momentos destes? A resposta mais acertada é que não.

    Florentino Luís Alexis Sánchez
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    O médio defensivo português, para chegar ao patamar de “dádiva”, muito teve que oferecer para receber esse reconhecimento. Ainda assim, aquilo que Florentino oferece à equipa do Benfica é poucas vezes lembrado em momentos decisivos. Recordando tempos anteriores, nomeadamente a temporada passada onde os encarnados se sagraram campeões, Florentino foi peça crucial em toda a caminhada no sistema implementado por Roger Schmidt na equipa.

    Ao lado de Enzo Fernández numa primeira instância, Florentino formou uma dupla no meio-campo do Benfica perfeitamente equilibrada e dinâmica. Tendo em conta o sistema, a sua utilização como um dos médios, usufruindo da irreverência do outro elemento, traz muita estabilidade e segurança não só ao meio-campo, como ao resto da equipa também. Não tendo certas virtudes ofensivas como outros colegas, Florentino destaca-se pelo que dá a nível contrário, nos desarmes, nas interseções, na ocupação certa dos espaços e, principalmente, na liberdade que fornece aos companheiros de equipa.

    Arthur Cabral faz golo do Benfica
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Apesar de Kokçu ser um jogador de um nível bastante elevado, a sua utilização como médio num meio-campo a dois, no lugar ocupado por Florentino, não favorece as suas qualidades nem o melhor funcionamento da equipa possível. Ter constantemente o médio turco naquele lugar pode prejudicar a sua evolução e por sua vez, a de Florentino e da equipa também. O número 10 das águias, tal como mostrou no Feyenoord, potencia-se a si e ao conjunto como um médio definitivamente mais ofensivo, algo que ainda não foi possível verificar-se verdadeiramente na Luz.

    Uma receita que funcionou na perfeição anteriormente foi mudada por força daquilo que o mercado trouxe, quando a solução se encontrava já disponível. O aproveitamento de Florentino como um titular regular pode colocar a equipa noutro patamar de jogo, semelhante ao da época passada.

    À boleia dos regressos de Bah e Aursnes às suas posições-chave, o regresso do português ao meio-campo pode trazer de volta a sinfonia que o Benfica colocava em prática dentro das quatro linhas noutros tempos, e que se tem recuperado nos últimos jogos, pouco a pouco.

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    Guilherme Terras Marques
    Guilherme Terras Marques
    Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico