Darwin Núñez | Um motor (quase) afinado na locomotiva encarnada

    Darwin Núñez chegou ao SL Benfica no último mercado de transferências como a contratação mais cara de sempre a ser realizada por um clube português – foram 24 milhões de euros -, apesar de grande parte dos benfiquistas nunca ter sequer ouvido falar do nome do jovem ponta de lança uruguaio.


    Seguiu-se um breve período de adaptação às dinâmicas de Jorge Jesus e, aos 65 minutos da partida frente ao PAOK, o jovem é lançado às feras, com o peso de ter nos ombros a esperança de milhares de benfiquistas que acreditavam ser ainda possível o acesso à Liga dos Campeões.

    Tal não aconteceu, sendo que esses 40 milhões da fase de grupos, que agora não entrariam nos cofres da Luz, significavam que o Benfica, devido aos mais de 96,5 milhões de euros investidos no mercado, teria de vender alguns dos seus principais ativos de modo a equilibrar as contas. Apenas vendeu Rúben Dias, por 68 milhões de euros, sendo que para o seu lugar contratou Nicolás Otamendi, por 15 milhões.

    De qualquer das formas, esqueçamos o descalabro europeu – que não é o tema deste artigo – e voltemos ao que realmente importa discutir: Darwin Núñez. Um jovem de 21 anos, natural de Artigas, que, no espaço de um ano, afirma-se no plantel principal do CA Peñarol, é contratado pelos espanhóis do Almería por sete milhões e meio de euros, onde joga meia época, sendo que, no mercado de transferências seguinte, e em plena pandemia, é contratado pelo Benfica por uns impressionantes 24 milhões de euros.

    No total, foram 20 golos e quatro assistências no espaço de um ano – quatro golos e uma assistência pelo CA Peñarol, 16 golos e três assistências pelo UD Almería -, levando, ironicamente, a que o uruguaio tenha custado aos cofres encarnados cerca de um milhão de euros por cada participação em golo.

    No entanto, e apesar de ainda não ter marcado pelas “águias”, é visível que Darwin é sinónimo de golo. O uruguaio soma já quatro assistências em três jogos na Primeira Liga, tendo o mesmo já ameaçado, também, as redes adversárias por diversas ocasiões.

    Móvel, combativo, pressionante e com um bom entendimento técnico-tático do jogo, o uruguaio encaixa que nem uma luva no modelo de Jorge Jesus, daí já se ter afirmado como a primeira opção para o lugar.

    Apesar de ainda não se ter estreado na lista de marcadores das “águias”, Darwin acrescenta muito ao jogo dos encarnados, merecendo, por parte dos adeptos, algum tempo e paciência.

    Não é um avançado vistoso e chegou por um preço bastante inflacionado, mas penso que não há duvidas de que Darwin é sinónimo de raça, crer e ambição.

    Darwin é também sinónimo de Benfica e de certeza que ainda dará muitas alegrias aos benfiquistas e, porventura, também um grande encaixe financeiro no futuro.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    João Pedro Coelho
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    O João não sabe escrever biografias. Posto isto, apraz apenas dizer que estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, e que tem um amor incondicional pelo Sport Lisboa e Benfica.