Desculpa, SL Benfica

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    Ora aqui estou eu de regresso à secção do maior clube português, depois do festival ofensivo com que o Benfica banqueteou os seus adeptos na noite de ontem, no Restelo. Foi mais uma excelente demonstração de força em vésperas de se iniciar um ciclo terrível, mas a jogar assim… Só podemos estar confiantes.

    E como o momento vivido por um dos amores da minha vida é bom, e como há muito que não escrevia sobre esta entidade inigualável, sinto-me quase na obrigação de pedir desculpas publicamente, sob a forma deste texto, ao Sport Lisboa e Benfica. Não porque tenha deixado de sofrer ou de vibrar com o clube (isso nunca acontecerá; tão certo como as greves dos transportes públicos), mas porque me senti totalmente descrente em variados momentos, porque achincalhei a equipa em frente à TV, porque ofendi mentalmente Rui Vitória até não poder mais.

    Futebol é o momento (soa a cliché, mas é a mais pura das verdades), e por isso mesmo, daqui a algum tempo, as coisas podem piorar (peço por tudo que isso não aconteça). Porém, é da mais elementar justiça retratar-me face ao pessimismo revelado ainda no pouco distante mês de Dezembro. A massa adepta de qualquer clube grande, particularmente a do Benfica, consegue ser cruel. A exigência é imensa, não há o mínimo tempo para condescendência, esperam-se resultados imediatos. Como tal, houve reduzida paciência para absorver uma teoria que é real: Rui Vitória viu-se a braços com uma tarefa complicadíssima – substituir Jorge Jesus, homem que “só” tinha recolocado o Benfica no patamar de mais bem-sucedido clube português. Aliado a esse árduo desafio somou-se um discurso confuso e sem aparente ambição por parte do nosso técnico, durante os primeiros meses da temporada, o que despoletou em mim e em grande parte dos adeptos uma efervescência difícil de conter.

    As derrotas frente ao Sporting, o futebol pobre e as lesões em catadupa fizeram com que quase receasse cada jogo do Benfica, colocando-me a ver e rever vídeos sem fim do meu glorioso clube, relativos a épocas bem recentes. Vociferava, protestava, desabafa com o meu círculo próximo de amigos benfiquistas sobre o cataclismo que havia caído sobre o maior de Portugal. Parecia já estar resignado com o sentimento “para o ano há mais”.

    Podia ser na Nova Zelândia… que lá haveria enchente benfiquista Fonte: SL Benfica
    Podia ser na Nova Zelândia… Que lá haveria enchente benfiquista
    Fonte: SL Benfica

    Mas eu sou benfiquista, sou precipitado, sou um adepto com o coração na boca, faltam-me doses de racionalidade. A qualidade sempre esteve presente no plantel, Rui Vitória pode não ser um Guardiola mas tem provado que percebe da coisa, a estrutura continua a ser muito forte, a obsessão pelo golo continua a ser, e ainda bem, uma realidade.

    Peço desculpa por ter duvidado de ti, Sport Lisboa e Benfica. Pelo terceiro ano consecutivo passei o Outono a carpir mágoas sem necessidade, fosse pelos resultados ou pelas exibições. Este é um pedido de clemência que não requer promessa de mudança, visto que serei sempre assim, mas só te posso agradecer por ter recuperado todos os índices motivacionais. Até porque se a tal história que se repete há três anos voltar a ter um final comum… Isso será muito bom sinal, pois todos sabemos como o Benfica chega a Maio desde 2014.

    Vem aí um período louco de jogos, impróprio para cardíacos. A conquista do 35 só depende de nós, nada há a temer. E, como se viu, pela 458.ª vez, estando o Benfica bem… Não há bancadas deste Planeta Terra que não encham com a presença dos representantes do manto sagrado.

    Está tudo nas tuas mãos, Benfica! Está tudo nas nossas mãos!

     Foto de Capa: SL Benfica

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    João Rodrigues
    João Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O João sabe todos os resultados do Benfica em jogos a contar para o campeonato português desde a temporada 1993/1994. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.