O sorriso de Di María valeu tanto como o triunfo sobre o Basileia

Benfica

Mais um ano volvido, mais uma categórica e marcante exibição de pré-epoca dos encarnados, capaz de iludir qualquer adepto para o resto da temporada. Os encarnados venceram o Basileia por três bolas a uma, onde a primeira parte foi o principal palco de destaque no encontro.

Depois de um primeiro jogo à porta fechada em Inglaterra, Roger Schmidt fez alinhar um novo onze frente aos suíços num estádio repleto de adeptos encarnados ansiosos por ver a equipa e os novos reforços em ação. Tendo isso em conta ou não, Roger Schmidt fez-lhes a vontade.

 De início alinharam Vlachodimos, Bah, Morato, António Silva, Jurásek, Florentino, Kökçü, João Mário, Di María, Rafa e Gonçalo Ramos, com principal destaque para os três reforços claro.

Na linha defensiva, António Silva e, Morato principalmente, apresentaram-se de forma imperial em Basel. Depois das notícias sobre a eventual saída do brasileiro, o jogador realizou uma das melhores exibições de águia ao peito desde que chegou aos encarnados. Mesmo que de forma não oficial durante apenas 45 minutos, o nível apresentado por Morato promete dar uma grande dor de cabeça ao treinador caso exibições como esta se repitam no futuro. Com Otamendi lesionado, a oportunidade nas mãos do brasileiro neste momento pode ser a mesma que o companheiro António Silva aproveitou na última temporada.

Nas laterais, tanto Bah como o novo reforço Jurásek, demonstraram verdadeiramente as ideias de Roger Schmidt para as alas no resto da temporada. À semelhança do ano passado, a exigência ofensiva daqueles que lá atuam não baixou de intensidade e o reforço checo percebeu bem essa questão. No plano ofensivo, Jurásek apareceu sempre encostado à linha muito adiantado, oferecendo muita disponibilidade e profundidade à equipa naquele lado. Apesar de não ter começado de forma perfeita o encontro, aos poucos foi encontrando o seu ritmo até ao momento do terceiro golo onde, a passe de Di María, fuzilou completamente as redes adversárias. Uma ótima estreia para o novo lateral encarnado.

Mais à frente no terreno, Florentino e Kökçü formaram dupla no meio-campo e conjugaram-se de forma exímia. O médio defensivo português com o seu novo companheiro fizeram lembrar a dupla formada com Enzo na temporada passada. No processo defensivo Florentino exerceu o papel mais crucial e no processo ofensivo e de construção Kökçü apareceu como um elemento fundamental para o rumo da equipa. Sendo a primeira vez que atuam juntos, os indícios apresentados são muito otimistas e apontam para a provável dupla titular no meio-campo.

Kökçü no jogo amigável com o Basileia
Fonte: SL Benfica

O trio ofensivo à frente dos médios também se apresentou a grande nível, com principal destaque para o astro argentino, Di Mária. Aos 35 anos e 13 anos depois, voltou a vestir a camisola do Benfica e não o poderia ter feito de melhor maneira. Pelo lado direito inicialmente, mostrou-se sempre ao jogo de forma irreverente a cada pequeno toque dado. Foi intercalando com Rafa na ocupação dos espaços centrais, e entendeu-se muito bem com Bah principalmente, na ala direita. Muito ativo e participativo em todas as movimentações encarnadas esteve envolvido nos três golos marcados pelo Benfica, tendo marcado um e assistido outro. Um regresso melhor era quase impossível.

No que toca a Rafa, João Mário e Gonçalo Ramos, viu-se o mesmo da temporada passada. O mesmo entendimento, as mesmas funções, o mesmo papel no jogo. Contudo, para Rafa e João Mário, o habitual apresentado pode não ser suficiente face à concorrência existente neste momento.

Na segunda parte, efetuaram-se dez alterações e o jogo tomou outro rumo, mais passivo. Entraram João Victor, Lucas Veríssimo, Tomás Araújo, Mihailo, Chiquinho, João Neves, Schjelderup, Aursnes, Neres e Tengstedt.

Apesar do segundo tempo não ter trazido tanta emoção, foi possível retirar algumas notas de igual forma.

De forma muito positiva surgiu Andreas Schjelderup. Ele que na temporada passada não teve grande papel de destaque após a sua chegada, apresentou ótimos indícios no jogo. Tanto atrás do avançado como encostado a uma das alas, o norueguês destaca-se a partir da sua capacidade de drible e aceleração de forma eficaz. Roger Schmidt impediu o atleta de participar no europeu de sub-19 para integrar o estágio de pré-época e o jogador parece estar a responder de forma positiva. Partindo agora para a sua primeira época completa no clube, espera-se um papel importante por parte do prodígio nórdico no plantel. Este pode ser o seu ano de explosão.

Andreas Schjelderup no jogo amigável com o Basileia
Fonte: SL Benfica

No mesmo patamar esteve Tomás Araújo, que, aos poucos, vai somando boas exibições e destaque no plantel. O central esteve novamente em bom plano na Suíça e continua a ganhar pontos na corrida pela permanência na equipa. No que toca à saída com bola e ao processo de construção a partir de trás, Tomás é o melhor central das águias neste momento. Se necessário, tendo em conta as suas características, o jogador formado no Seixal pode surgir como uma alternativa a Florentino de forma eficaz.

De uma forma menos positiva apresenta-se João Vítor neste momento, não pela sua qualidade enquanto jogador, mas sim pela dificuldade no encaixe no molde pedido por Roger Schmidt ao lateral direito. Sendo a sua posição de origem defesa central, as qualidades do mesmo na ala direita perdem-se um pouco no processo ofensivo. João Vitor pode surgir como alternativa a Bah, mas não exercendo as mesmas tarefas que ele.

Este é o balanço retirado da segunda exibição dos encarnados na preparação para a próxima época que se avizinha. Segue-se o Al- Nassr e uma longa época pela frente.

Guilherme Terras Marques
Guilherme Terras Marques
Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico

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