E depois do Dragão?

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    Há uma espécie de mística, sim vou começar isto logo um termo bem encarnado, à volta das viagens ao Estádio do Dragão. A dificuldade, o ambiente, a quase sempre superação do Porto quando recebe o Benfica, a polémica, tudo, tudo faz com este jogo, lá, seja o grande chamariz do campeonato português.

    Desta feita, e ao contrário do ano passado, o Benfica saiu de lá com pontos, neste caso, ponto, depois de uma exibição sofrida onde foi encostado às cordas e pouco jogou. Samaris estava lá, mas era como se não estivesse, Luisão juntou-se aos lesionados, mas em boa hora visto que Lisandro entrou para o seu lugar e marcou aos 92 minutos, Ederson foi capaz do melhor e do pior, Pizzi pouco se viu, enfim, o Benfica não jogou como tem jogado e ter empatado foi muito bom. Mas como é o Benfica depois de uma ida ao Dragão?

    Vamos olhar para alguns exemplos. No ano passado, depois de ter ido perder ao Porto, o Benfica venceu o Paços de Ferreira em casa por 3-0. E daí foi sempre a ganhar? Não. Tanto que logo no jogo a seguir perdeu 0-3 em casa com o Sporting. Depois disso é que foi sempre a somar e só parou no tricampeonato.

    Temporada 2014/2015, a última de Jesus no Benfica, as águias foram ao Norte derrotar as tropas de Lopetegui por 0-2, com um bis de Lima, numa rara vitória em mais uma pálida exibição do Benfica. Depois disso seguiram-se 4 vitórias seguidas no campeonato e só ao quinto jogo, na Mata Real, é que o Benfica perdeu, por 1-0. O campeonato, esse, voltou a ficar nas vitrinas da Luz.

    Lisandro López foi o herói encarnado no último domingo Fonte: SL Benfica
    Lisandro López foi o herói encarnado no último domingo
    Fonte: SL Benfica

    Época 2005/2006, o ano de Koeman no Benfica e de Co Adriaanse no FC Porto. Sim, o mesmo Benfica que ao longo da temporada eliminou o Man.United e o Liverpool na Liga dos Campeões, e que foi ao Dragão vencer por 0-2 com dois golos de Nuno Gomes. Nuno Gomes! Mas nesse ano, ao contrário do último ano de JJ, o Benfica não foi campeão. Quem levou o caneco para casa foi o Porto, que apesar de mal nos clássicos esteve bem no resto da época e foi regular o suficiente para ser campeão. Já este Benfica de altos e baixo ficou-se pelo terceiro lugar.

    Contudo e, tendo apenas como exceção o ano passado, ir ao Dragão é sinal que a seguir, pelos é assim que a regra tem funcionado, há vitórias. A história tem uma forma peculiar de se repetir, e quando nesta altura a vantagem para os dois maiores rivais é de 5 pontos, era de bom tom que a história fizesse isso mesmo, um replay.

    Este empate soube bem, foi saboroso, mas só foi tudo isso porque o Benfica pouco jogou e viu jogar. Não devíamos ficar contentes como ficámos com um empate depois de um banho de bola, mas foi o que aconteceu. Apesar de tudo, e sabendo que ainda é cedo, talvez esta felicidade a troco de pouco, possa ser maior em Maio, porque afinal de contas, muitas vezes, são estas pequenas “vitórias” que trazem campeonatos.

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    João Valente
    João Valentehttp://www.bolanarede.pt
    João Valente é um apaixonado pela arte do futebol. Nascido e criado durante boa parte do tempo em Lisboa, começou a seguir este desporto com uns tenros quatro anos e, desde então, tem sido um namoro interminável. É benfiquista de gema – mas não um que só vê Benfica à frente! É alguém que sabe ser justo quer o Benfica ganhe ou perca e que está cá para salientar os porquês, na sua opinião, dos resultados. Como adepto de futebol que é não segue só a atualidade do futebol português; faz questão também de acompanhar a par e passo o que de mais importante acontece nos principais campeonatos. A conjugar com o seu interesse pelo futebol, e pela malha, desporto que descobriu porque o seu avô era campeão lá na rua, veio a escrita, forma que encontra de expor os seus pensamentos na esperança de um dia se tornar num grande jornalista de desporto, algo que dificilmente acontecerá mas, tudo bem, ele um dia há-de perceber isso.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.