Enzo Fernández | O motor para o Gegenpress de Schmidt

    Será o motor de que o miolo encarnado precisa?

     

    Não se antevê fácil o consumar das aproximações entre Enzo Fernández e o SL Benfica. O dinheiro da cláusula, a indefinição quanto à data da transferência, os concorrentes – Juventus é a última a aparecer numa fila já com os dois de Manchester, os dois de Milão, o Sevilha… – começam a ser obstáculos a mais numa relação que parecia chegar a bom porto há uns dias.

    Os esforços de Rui Pedro Braz continuam a colocar o SL Benfica como principal favorito a assegurar a pérola, mas as probabilidades começam a esvaziar.

    Enzo é a nova pérola do River de Gallardo, sendo ele o principal dinamizador das proficientes dinâmicas ofensivas do conjunto – 55 golos nos 22 jogos de 2022, 18(!) deles na fase de grupos da Libertadores – e, como colega de parelha na intermediária, tem um homónimo bem conhecido dos portugueses e que por isso poderá ser preciosa ajuda.

    Enzo Pérez é por estes dias o médio mais recuado do River, titular absoluto e peça imprescindível pelos índices defensivos que empresta: é o jogador com mais tackles por jogo (1.7) e intercepções (1.6), além de duelos aéreos (2.8). Um poço de força e experiência que permite ao jovem Fernández voar para o último terço.

    Voar enquanto gere tudo lá do alto, com uma média de 56 passes por jogo e uma taxa de acerto de 84.3% – o melhor da equipa logo a seguir a Enzo e Zuculini, as opções para a posição ‘6’ e que não arriscam tanto no passe.

    Fernández tenta e acerta 4.2 bolas longas por encontro e atinge o 1.5 de Key Pass, média de passe-chave muito próxima de quem define no últimos 20 metros como Nicolás De la Cruz, com 2, ou Júlian Alvárez, com 2.1.

    Tamanho raio de ação ajuda a explicar a enorme vontade benfiquista em contar com os seus serviços. As experiências passadas ajudam a justificar a desenvoltura na hora de defender – foi com Enzo Fernández como trinco que Hernán Crespo se tornou campeão da Sulamericana em 2021 com o seu Defensa y Justicia.

    Empregues no 3-4-1-2, o conjunto apoiava-se em Enzo, pivô defensivo, para asfixiar os conjuntos adversários numa pressão incansável – como demonstrado na final, num 3-0 imaculado frente ao Lanús.

    Enzo, que chegara à equipa por empréstimo em agosto de 2020, foi conquistando espaço no onze fruto desse sentido voluntarioso de estar em campo e, apesar de se assumir como box-to-box clássico, ganhou o lugar de seis pouco tempo depois de chegar. Participou em toda a campanha na Sulamericana e saltou para titular nas meia-finais, completando os 270 minutos até à final.

    Por hoje, tem quem lhe dê essa segurança. Ele e Pérez formam a dupla titular e preferida de Gallardo. Fernández conta com 1601 minutos (20 presenças) e o capitão conta 1244 minutos, 16 presenças, sendo eles os mais utilizados do meio-campo.

    Além de ser quase totalista da equipa, Fernández grava o nome nas outras tabelas, como a dos marcadores e dos assistentes. Com nove golos marcados, só não é o artilheiro de serviço porque existe o tal Julian Álvarez, a coqueluche que Guardiola já agarrou e que ainda agora fez seis na goleada do River ao Allianza Lima (8-1).

    Mas as seis assistências já conseguidas tornam-no o servidor predileto dos seus avançados, apesar de jogar como oito em zona central.

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.