Escola Croata

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    Passou-me pela cabeça começar a crónica desta semana enumerando todos os bons croatas que já vi joga à bola. O Modric, o Srna, o Manduzkic e por aí fora, mas depois apercebi-me que nenhum deles jogou de águia ao peito, infelizmente. Para piorar a situação o único que me veio à memória é um “traidor”, falo do Sokota. No meio destas lendas todas surge agora o nome Krovinovic.

    Este é mais um daqueles casos em que me pergunto: “Como é que um puto que joga desta maneira e tem perfume nos pés só agora é que chega ao Benfica?”. A sério? Isto é sinal que estamos tão mal que até os olheiros do Rio Ave sabem observar melhor do que os nossos?

    Se este for o caso que se ponha em prática aquela tática de comprar os que fazem melhor do que nós, como antigamente fazíamos quando algum jogador marcava um golo ao Benfica, e em vez de ter todos os extremos do mundo passamos a ter todos os bons observadores de bola profissional do mundo.

    Krovinovic chegou ao Benfica com uns tenros 22 anos e proveniente do Rio Ave. Sim, tenros e 22 anos. Bem sei que ainda vem com boa idade e com potencial de crescimento, mas visto que nos últimos anos os clubes grandes têm vindo a apostar em jovens ainda mais novos com o propósito deles renderem no futuro pensei que o Benfica tivesse reparado nele, achado que não era mau mas que não era jogador à Benfica e deixado seguir. Não foi o caso.

    Independentemente da demora no processo de aquisição ele chegou. Começou mal embora de forma involuntária. Chegou com uma lesão grave que lhe valeu uma ida à faca e 5 meses, aproximadamente, de ausência. Foi treinado até começar a ganhar ritmo e forma e chegar ao ponto onde Rui Vitória o considerou apto para jogar.

    Krovinovic é a contratação mais cara do SL Benfica nesta época Fonte: SL Benfica
    Krovinovic é a contratação mais cara do SL Benfica nesta época
    Fonte: SL Benfica

    O miúdo tem magia nos pés. Tem toque de bola, é bom a decidir e tem posicionamento. Atenção, todas estas características são fruto daquilo que me lembro dele no Rio Ave. No Benfica ainda não vi muito. A questão é porquê?

    Porque enquanto existir Pizzi ou Jonas tiver a companhia seja de Seferovic ou de Jiménez o jovem croata só vai conseguir ser figura nos últimos 20 minutos de jogos no campeonato ou em 90 minutos de jogo na Taça da Liga. Mais uma vez com um infelizmente a acompanhar.

    Rui Vitória testou-o nas costas de Jonas nos últimos 10 minutos, talvez nem isso, em casa frente aos Paços de Ferreira. Não deu para ver muito. Tocou pouco na bola, fez duas faltas, sofreu uma, ganhou duas divididas e perdeu outras tantas. Pouco para alguém como Krovi.

    A sugestão feita é só uma, pô-lo a jogar mais vezes. Onde? Preferencialmente no lugar de Pizzi. Mesmo sabendo que o Benfica funciona melhor quando o maestro de Trás-os-Montes está em campo, e quando não está ocupado a assistir os jogadores do Basileia no lance do 4-0, é de bom-tom começar a ver o que ele rende naquela posição.

    Repito bem sei que é arriscado mas penso que terá de ser. Não em jeito de revolta ou de descontentamento, que me parece ser bastante óbvio nesta altura, mas sim como forma de potenciar mais um que pode sair da Luz daqui a uns 2 a 3 anos a troco de 30 a 35 milhões.

    Agora, se este for o caso façam-me um favor. Invistam em jogadores para o lugar. Só para não dar a barraca que tem dado.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    João Valente
    João Valentehttp://www.bolanarede.pt
    João Valente é um apaixonado pela arte do futebol. Nascido e criado durante boa parte do tempo em Lisboa, começou a seguir este desporto com uns tenros quatro anos e, desde então, tem sido um namoro interminável. É benfiquista de gema – mas não um que só vê Benfica à frente! É alguém que sabe ser justo quer o Benfica ganhe ou perca e que está cá para salientar os porquês, na sua opinião, dos resultados. Como adepto de futebol que é não segue só a atualidade do futebol português; faz questão também de acompanhar a par e passo o que de mais importante acontece nos principais campeonatos. A conjugar com o seu interesse pelo futebol, e pela malha, desporto que descobriu porque o seu avô era campeão lá na rua, veio a escrita, forma que encontra de expor os seus pensamentos na esperança de um dia se tornar num grande jornalista de desporto, algo que dificilmente acontecerá mas, tudo bem, ele um dia há-de perceber isso.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.