“Então é
Isto.
Este estádio, esta gente, esta força, este amor:
Um mar vermelho em suspenso…
Deixa tombar o corpo sobre as pernas
Cansadas de glória
Tua,
Nossa,
Em suspenso…
Em surdina calam-se os gritos
De um clímax anunciado
De novo nosso, para sempre teu,
Em suspenso…
Explosão.
Com as redes ainda inquietas, este mar rasga peito fora o que o coração ainda consegue pulsar de benfiquismo sem fim
E canta e sonha e chora e enche a nossa casa do que nos faz maiores do que os outros.
Sorrisos mil, abraços tantos,
Estádio fora, alma dentro,
Soltem-se em fúria as carnes que nos enchem o corpo
Por um golo que é de todos
Como um Eusébio que de todos é
Desde o relvado até ao
Céu,
Onde está a olhar por nós.
Para ti, caro Eusébio,
Deus desta arena,
Para ti.”
Baixando a cabeça do céu e olhando para as bancadas, Lima vê a colossal família benfiquista, a sua família, a família de Eusébio, a minha família e quiçá a sua, caro leitor, a vibrar como nunca deixou de fazer pelo eterno glorioso. Abraçado aos companheiros, o número 11 festeja efusivamente o que hoje é e sempre será do Pantera Negra. Mais um golo para ti, Rei.
(Esta é, naturalmente, uma recriação minha daquilo que pode – ou deve – passar pela cabeça de quem no próximo Domingo e em todos os Domingos marcar golo de águia ao peito. Entenda-se por isso, nesta minha simbólica homenagem a Eusébio, Lima como qualquer jogador do Benfica.)