É sempre complicado quando falamos de alguém que nos é querido. Chega mesmo a ser chato. Bem lá no fundo nós até podemos ter a noção que eles não valem grande coisa, que são um bocadinho más pessoas ou que se calhar não justificam 24 milhões investidos. Há destas coisas. O caso de Jiménez é muito isto.
Eu gosto dele. Sou mais fã de jogadores ditos “cerebrais” e frios, mas há qualquer coisa na garra de Jiménez que me atrai. Aliás, tenho isso de uma maneira transversal pela selecção mexicana. Mas Jiménez há muito que anda a pedir uma coisa, a venda.
É caso para dizer, com muita tristeza, já não queremos mais este Burrito que tantas alegrias prometia. Se Rui Vitória, que é Rui Vitória, na essência, na pessoa e no pensamento, acha que mais vale pôr um Jonas a 70% em campo do que um Jiménez, aparentemente, a 100%, então está tudo dito.
E sim, ele entrou e fez um golito com que o Benfica fechou os 4-0 frente ao Boavista. E sim, ele até quando entra consegue fazer umas coisas engraçadas. E sim, isso implica que não possa mais me referir, carinhosamente, a ele como o Enxilhada, el Cinco de Mayo, o Over the Fence and Far Away, e por aí fora.
É por isso que eu, em particular, terei saudades de Jiménez aquando da mais do que eventual partida dele em meados de Julho, após o Mundial da Rússia. A verdade, e para responder à questão, é que o que falta a Jiménez é consistência. Podem-me dizer que isso obtém-se com regularidade e utilização em campo, mas ele já teve essas hipóteses e não fez grande coisa com elas.
Gabo-lhe e agradeço-lhe o que fez nas duas últimas temporadas ao marcar em Vila do Conde golos decisivos para sermos campeões, mas tenho de lhe desejar a melhor das sortes noutro clube.
Um bem-haja, Guacamole
Foto de Capa: SL Benfica