FC Barcelona 0-0 SL Benfica: Serenata à chuva merecia golo

    A noite chuvosa em Camp Nou não afetou a qualidade do relvado, que por consequência ajudou a aumentar a qualidade do Futebol jogado. Que belo jogo este a que assistimos entre FC Barcelona e SL Benfica, uma autêntica serenata à chuva.

    Os culés mostraram uma cara mais lavada em relação aos últimos jogos desta temporada, entrando melhor na partida. Sem grande surpresa, chegou às primeiras oportunidades, ainda que sem eficácia, tendo pela frente Odysseas Vlachodimos, que se agigantou entre os postes.

    Com o desenrolar dos acontecimentos, o SL Benfica começou a sentir confiança em sair a jogar e através de bola parada esteve mesmo muito perto do golo. Numa decisão controversa, o árbitro anulou o golo a Nicolás Otamendi. Quando se findavam os primeiros 45 minutos, Yusuf Demir esteve perto de pintar uma belíssima obra de arte, que só a trave negou.

    O segundo tempo foi mais dividido, e com menos oportunidades nos primeiros minutos. Os blaugrana faziam proveito da posse de bola no meio-campo encarnado, mas não conseguiam traduzir em perigo o domínio no jogo. Por outro lado, iam deixando escapar bolas e permitiam até contra-ataques ao adversário. A entrada de Ousmane Dembélé abanou o jogo de forma tremenda, obrigando Jorge Jesus a reforçar o corredor esquerdo da sua defesa, com a entrada de Lazaro, habitual lateral pela direita.

    Até ao final, sentia-se que ambas as equipas tinham mais medo de perder a partida do que vontade de a ganhar. Apesar dos esforços, os caseiros não chegaram ao golo e o Benfica ia aproveitando os contra-ataques, estando perto, muito perto até, de conseguir uma histórica vitória. Haris Seferović teve o golo nos pés, mas falhou de forma inacreditável perante uma baliza praticamente escancarada. Tudo em aberto para a última jornada da Liga dos Campeões, que promete ser ainda mais interessante de acompanhar.

     

    A FIGURA

    Otamendi
    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    Nicolás Otamendi – Exibição tremenda do argentino no centro da defesa encarnada, que poderia ter ficado ainda mais saborosa, não fosse o golo anulado na primeira parte. Esteve em todo o lado o central argentino, demonstrando toda sua capacidade defensiva na partida desta noite. Liderou as hostes benfiquistas e transmitiu bastante segurança aos companheiros.

    O FORA DE JOGO

    Roman Yaremchuk tem impressionado os adeptos do SL Benfica
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Roman Yaremchuk – Jogo muito pouco conseguido de Roman Yaremchuk. Para surpresa de muitos, o avançado ucraniano foi opção entre os titulares e esperava-se uma melhor resposta da sua parte. Além de incapaz de fazer aquilo a que se propunha: ganhar bolas e fazer golos, não conseguiu acrescentar nada de positivo à sua equipa. Diria que a saída aos 59 minutos soa a tardia.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC BARCELONA

    O FC Barcelona alinhou num 4-3-3 clássico. Ronald Araújo foi surpresa na direita, atuando como defesa-direito. Busquets apresentou-se como médio mais recuado, tendo pela sua frente Frenkie de Jong e Nico González. Yusuf Demir demonstrou toda a qualidade do seu pé esquerdo, pela ala direita. Gavi pisou terrenos mais interiores, fazendo movimentos de apoio no meio. Memphis Depay foi arma solta no ataque blaugrana, deambulando várias vezes de posição.

    As poucas semanas de Xavi Hernández no comando do FC Barcelona não fizeram milagres, mas a verdade é que se sentiram grandes diferenças em relação às miseráveis exibições que vimos em tempos não muito longínquos de Ronald Koeman. A posse de bola foi palavra de ordem, num jogo mais paciente e calmo, com o esférico a circular com maior frequência em espaços curtos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marc-André Ter Stegen (6)

    Jordi Alba (7)

    Clément Lenglet (5)

    Gerard Piqué (4)

    Ronald Araújo (6)

    Sergio Busquets (7)

    Frenkie de Jong (6)

    Nicolás González (7)

    Gavi (6)

    Yusuf Demir (6)

    Memphis Depay (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Ousmane Dembélé (7)

    Sergiño Dest (5)

    Eric García (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Jorge Jesus apostou no seu esquema tático predileto nesta temporada: o 3-4-3. As surpresas no onze foram André Almeida e, tendo em conta as opções que tinha, Roman Yaremchuk. O lateral-direito português apareceu como defesa-central pelo lado direito, preterindo Morato para o banco de suplentes. Quem também não foi titular, foi Darwin Núñez, que se esperava que pudesse fazer parte das escolhas iniciais do SL Benfica, escolhendo com o avançado ucraniano para ocupar a posição frontal. As poucas variantes táticas observavam-se pelas alas, com as trocas de lados dos extremos.

    As escolhas de Jorge Jesus confirmaram o que se poderia esperar dos encarnados numa fase inicial: um jogo na expectativa e à procura do melhor momento para procurar a profundidade nos seus velozes extremos, Rafa Silva e Everton. A verdade é que o Barcelona foi carregando no acelerador e pouco ou nada se viu do ataque do Benfica, ia valendo Odysseas Vlachodimos. A bola parada ia fazendo a equipa sentir que poderia discutir o resultado, tendo ficado muito perto do golo, que acabou por não acontecer. Perto do fim, a velocidade do contra-ataque português deixou o FC Barcelona em cacos, que só não alcançou a vitória por escassos centímetros.

    Jogo irrepreensível do ponto de vista defensivo. Linha de fora de jogo sempre muito bem montada e cortes implacáveis de Otamendi e companhia.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Odysseas Vlachodimos (7)

    Jan Vertonghen (7)

    Nicolás Otamendi (8)

    André Almeida (5)

    Gilberto (6)

    Alejandro Grimaldo (7)

    João Mário (6)

    Julian Weigl (6)

    Rafa Silva (5)

    Everton (5)

    Roman Yaremchuk (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Adel Taarabt (5)

    Darwin Núñez (6)

    Lázaro (6)

    Pizzi (5)

    Haris Seferović (4)

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.