FC Porto 3-0 SL Benfica: Vitinha e Luis Díaz arrasam águias numa primeira parte pesada

    A CRÓNICA: PRIMEIRA RONDA DO COMBATE PASSADA COM DISTINÇÃO

    Foram 685 jogos desde o último Clássico com público no Estádio do Dragão. Desde 2 de fevereiro de 2020 que não víamos FC Porto e SL Benfica a batalhar na cidade Invicta com adeptos na bancada. E que sede de jogo grande tinham estes adeptos portistas da casa e os benfiquistas que fizeram a viagem desde a capital.

    Estádio esgotado (com a prestes a ser extinta zona de cartão de adepto a única exceção), partida a eliminar, e tudo para ser um grande jogo.

    E, para matar as saudades dos adeptos que por isto tanto esperaram, a equipa do FC Porto começou exatamente com a mesma, se não mais, vontade dos 45530 que se sentavam (se bem que não creio que tenha havido assim tantos adeptos que se conseguiam manter pregados à cadeira) no Dragão.

    Com toda a gente ainda a tentar ambientar-se ao Clássico, os azuis e brancos aproveitaram uma, porventura, menor atenção do adversário para chegar logo à liderança. 30 segundos de jogo, e Evanilson já estava a rematar para o fundo das redes no seguimento de um lançamento lateral para a área com várias carambolas pelo caminho.

    Mas um não chegava à motivadíssima equipa da casa, e seis minutos depois foi a vez do jovem Vitinha fazer o gosto ao pé apenas pela segunda vez com a camisola principal do FC Porto ao peito. Helton Leite soca a bola depois de um canto, mas esta cai direitinha nos pés do jovem médio, que sem o guarda-redes na baliza, remata de forma perfeita de forma a evitar qualquer corte. Sete minutos. Dois a zero.

    Com o domínio praticamente absoluto da partida, uma superioridade há muito não vista em Clássicos, o FC Porto ainda conseguir chegar ao terceiro numa jogada que vinha claramente estudada.

    Luis Díaz faz diagonal da esquerda para a direita, confundindo as marcações quase homem-homem do SL Benfica, e fica apenas com Vertonghen a acompanhar a arrancada. Faz uma simulação já dentro da área e deixa o belga nas covas, colocando depois de forma altruísta em Evanilson que aparecia em velocidade pelo meio. Bis do brasileiro, e o 3-0.

    Mas por tudo de bom que o avançado fez na partida, já ao cair do pano da primeira parte, Evanilson, já com um amarelo por rematar a bola para longe, mete o braço no pescoço de João Mário, e Fábio Veríssimo mostra-lhe a segunda cartolina amarela. Deixou assim os dragões a ter que defender com 10 durante os segundos 45′.

    Um SL Benfica balanceado para a frente, mas a exagerar nos cruzamentos demasiado constantes, permitiu ao FC Porto conseguir controlar, até certo ponto, as investidas atacantes dos visitantes.

    Otamendi tem um golo anulado, mas até foram os azuis e brancos a ter duas claras oportunidades de golo. Taremi cabeceou ao lado depois de nova jogada fenomenal de Luis Díaz, e Zaidu rematou para boa defesa de Helton Leite depois de longa arrancada a partir de trás.

    Mas os golos ficaram reservados para a grande primeira parte que o FC Porto realizou. Luis Díaz e Vitinha deram um show brutal, naquela que foi uma das melhores exibições coletivas de um FC Porto orientado por Sérgio Conceição.

    A FIGURA

    FC Porto SL Benfica
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Vitinha – um jogador absolutamente fenomenal. É, a par de Luis Díaz, o melhor jogador da temporada do FC Porto. Tem um toque de bola como poucos, compreensão dos espaços irrepreensível, condução, finalização, mas também entrega defensiva. Uma exibição absolutamente completa do médio, que se refletiu na receção que teve no banco aquando da sua substituição: os colegas foram a seu encontro, e pegaram nele num gigante obrigado.

    O FORA DE JOGO

    FC Porto SL Benfica
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Defesa do SL Benfica – os visitantes até podiam ter três centrais, mas não foi isso que ajudou a equipa. Controlo de profundidade muito deficiente, marcações homem a homem facilmente desmascaradas pela movimentação dos jogadores da frente do FC Porto.

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    A equipa de Sérgio Conceição, orientada no banco por Vítor Bruno, manteve-se ao seu fiel 4-4-2, com praticamente os mesmos intervenientes dos últimos meses. Aliás, a única mudança em relação à partida anterior foi mesmo na baliza, com a habitual rotação da Taça de Portugal.

    Uma equipa altamente pressionante, a não deixar o adversário jogar. Díaz subia um pouco mais que Otávio para fazer frente à construção a três do SL Benfica. Uribe era o homem mais de equilíbrios, enquanto que Vitinha tinha mais liberdade.

    Com bola, a equipa procurava num primeiro momento Vitinha, o médio mais esclarecido no momento atacante, procurando sempre ligar com Luis Díaz. O colombiano era o ponto de foco do ataque portista. Para saltar à pressão do meio-campo, o FC Porto procurava bastante a profundidade com Díaz e Evanilson, com Taremi a manter-se mais entrelinhas para atrair um dos centrais do adversário.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marchesín (7)

    João Mário (7)

    Chancel Mbemba (8)

    Fábio Cardoso (8)

    Zaidu (7)

    Uribe (8)

    Vitinha (9)

    Otávio (6)

    Luis Díaz (9)

    Taremi (7)

    Evanilson (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Sérgio Oliveira (5)

    Wendell (-)

    Toni Martínez (-)

    João Marcelo (-)

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Já o SL Benfica, ao contrário do adversário, mudou ligeiramente o esquema tático no confronto. Passou de um 3-4-3 para um 3-5-2, com Taarabt a render Yaremchuk. Jorge Jesus e João de Deus procuravam reforçar o meio-campo, deixando Rafa e Darwin na frente para as saídas rápidas.

    Mas, com bola, pelo menos na primeira parte, às águias não conseguiam sair devido à pressão do adversário, e apostavam em demasia na bola longa para os homens da frente. Esse tipo de jogadas acabou por nunca ter sucesso, com o SL Benfica a passar os primeiros 45′ completamente subjugados ao FC Porto.

    Na segunda parte, com um homem a mais, os benfiquistas mudaram para um 4-4-2 atacante. Contudo, os cruzamentos que a equipa bombardeava para a área portista encontrava na maioria um central dos dragões. A falta de oportunidades foi clara, mesmo em superioridade.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Helton Leite (3)

    André Almeida (4)

    Otamendi (5)

    Vertonghen (5)

    Gilberto (5)

    Julian Weigl (5)

    João Mário (4)

    Taarabt (4)

    Grimaldo (6)

    Rafa (5)

    Darwin Núñez (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Everton (6)

    Yaremchuk (5)

    Seferovic (5)

    Pizzi (5)

    Lazaro (4)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Nenhum elemento da equipa técnica do FC Porto compareceu à conferência de imprensa.

    SL Benfica

    BnR: Mesmo quando estava em situação de superioridade numérica, o SL Benfica apostou, pareceu-me, demasiado no cruzamento que acabava quase sempre em alívio da defesa. Acha que a sua equipa devia ter procurado outras formas para atacar a baliza do adversário, ou isso também foi algo a que foi obrigado pelo FC Porto?

    João de Deus: No jogo vais à procura de onde há espaço para fazer dano ao adversário. E se estavamos a encontrar espaço pelos corredores, e principalmente na esquerda. Não é só demérito nosso, também foi algo que o FC Porto esteve muito bem. O que lhe posso dizer é mesmo isso, tu vais à procura de onde há espaço.

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    Alexandre Matos
    Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
    O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.