Fica a faltar o Maestro

    Começou a temporada 2018/2019 e o Sport Lisboa e Benfica parece estar a arrancar em boa forma, com duas vitórias e um empate em três jogos oficiais disputados, ao mesmo tempo que vê os seus jogadores mostrarem já níveis físicos bastante satisfatórios. Apresentando um 4x3x3 em todos os jogos, o SL Benfica tem evidenciado um meio-campo bastante interessante e dinâmico com Fejsa, Pizzi e Gedson Fernandes. Tendo em conta os reforços contratados para a frente de ataque, quando tudo indicava que se regressaria ao 4x4x2 na nova temporada, a “novela Jonas” fez com que se deixasse essa ideia de lado e se mantivesse a táctica com três médios. Este é até o modelo táctico com que Rui Vitória se sente mais confortável a trabalhar e onde consegue incutir melhor as suas ideias.

    Como referi, o meio-campo com que o SL Benfica tem enfrentado os jogos oficiais está a ter um rendimento bastante acima da média e as escolhas para cada uma das posições aparentam ser as mais acertadas. Se Fejsa é o elemento indiscutível no vértice mais recuado, no duplo-pivot da frente Pizzi e Gedson têm sabido agarrar bem as oportunidades; o transmontano mostrou ter deixado para trás a época menos boa que fez em 2017/2018  e tem-se apresentado a um belíssimo nível com golos, assistências e exibições de qualidade, enquanto que o jovem Gedson – talvez a presença mais incerta no início da temporada – tem sabido confirmar todo o seu potencial, enchendo por completo o meio-campo encarnado com um equilibrio espantoso, muitas recuperações de bola e queimando linhas, ajudando a levar a equipa para a frente.

    A estes três jogadores que têm apresentado um ótimo rendimento, ainda há que juntar Filip Krovinovic – que em Outubro/Novembro estará já recuperado da lesão que sofreu –, João Félix, Keaton Parks e Andrija Zivkovic – também ele uma opção muito válida para actuar no centro do terreno. Apesar de todas estas alternativas, a Estrutura considera ser necessária a contratação de mais um médio, pelo que se tem falado com insistência em Gabriel Appelt, Ramires e Renato Sanches. Sem querer pôr em causa a qualidade destes três jogadores – todos eles com mais do que capacidade para jogar no SL Benfica –, sou da opinião que a contratação de mais um médio iria deixar-nos numa situação de excesso de jogadores para a posição, ao mesmo tempo que implicaria o atraso na evolução de um dos nossos jovens.

    Pizzi voltou à forma que tantas saudades deixou e Gedson tem sabido confirmar todo o seu potencial
    Fonte: SL Benfica

    Ora, com o tão esperado regresso do maestro croata, o SL Benfica ficará com opções para um meio-campo de extrema qualidade, tanto para jogar em 4x3x3 como em 4x4x2. Se na táctica com três médios poderemos aliar a inteligência das movimentações de Pizzi à dinâmica e visão de jogo de Krovinovic, na táctica com dois médios poderemos colocar o transmontano e o croata nas alas e Gedson no meio, de forma a privilegiar o corredor central – onde a capacidade decisória destes três elementos poderá fazer toda a diferença – e utilizar os flancos somente como uma ferramenta para criar desequilibrios no centro do terreno ou para dar profundidade através da subida dos laterais. Além destas opções, também Zivkovic poderá ser uma solução para qualquer um dos corredores e Salvio, Rafa e Cervi continuam como soluções para as alas.

    Neste momento, a contratação de mais um médio iria fazer com que um dos elementos que tão bem se têm apresentado saísse do onze. E seria isso benéfico para a equipa e para os jogadores? Nestas circunstâncias, muito provavelmente quem estaria mais perto de deixar de ser aposta seria o jovem Gedson. Como é que isto seria encarado pelo jogador, depois de ter a confiança do treinador durante toda a pré-temporada e agora nos jogos oficiais?

    Os médios que temos actualmente no plantel são todos compatíveis uns com os outros em ambos os sistemas tácticos utilizados por Rui Vitória. Temos a benesse destes elementos poderem ocupar mais do que uma posição e esta polivalência é bastante importante numa equipa. Quando se consegue juntar tantos bons jogadores num onze inicial e deixar outros no banco, é sinal de que existe qualidade individual mais do que suficiente para trazer taças para o nosso Museu. O importante é como saber usá-los. E, aqui, a bola fica uma vez mais do lado de Rui Vitória.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Bruno Costa
    Bruno Costahttp://www.bolanarede.pt
    Alfacinha de gema e Benfiquista por natureza, Bruno é um obcecado por Futebol e foi através da escrita que encontrou a melhor forma de dar a conhecer essa sua paixão pelo desporto-rei. É capaz de estar desde Segunda-feira até Domingo à noite a ver todos os jogos que passam na TV. Terá sido em pequeno que toda esta loucura futebolística foi despertada pelo seu Pai e pelo seu tio que, respetivamente, o levavam ao Estádio do Restelo e ao Estádio da Luz. Bruno não suporta facciosismos e tenta sempre ser o mais crítico possível para com o seu clube.                                                                                                                                                 O Bruno não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.