A ANÁLISE TÁTICA DA VITÓRIA DOS DRAGÕES SOBRE O BENFICA POR 3-0
O FC Porto recebeu e bateu o SL Benfica por 3-0 e apurou-se para os quartos de final da Taça de Portugal.
No 14.º embate entre ambos relativo à Taça de Portugal disputado a Norte, o Porto somou a sua oitava vitória. Registam-se ainda três empates e três vitórias encarnadas numa história que começou em 1939.
Com Sérgio Conceição e Jorge Jesus suspensos, este foi o jogo dos adjuntos. Vítor Bruno levou a melhor e são já sete vitórias em outros tantos jogos quando é chamado a orientar a equipa a partir do banco.
Nas equipas iniciais, a maior novidade passou pela mutação do habitual 3x4x3 encarnado com a introdução de Adel Taarabt na zona central, para tentar criar superioridade face ao habitual meio-campo a dois do FC Porto.
Porém, esta novidade não parece ter apanhado Sérgio Conceição e a sua equipa de surpresa, visto que em organização defensiva, o FC Porto colocou dois jogadores à frente da defesa para ocupar o espaço entrelinhas.
Com uma estrutura de 4x2x3x1, os dragões não permitiram qualquer jogo interior, restando à turma da Luz procurar Rafa e Darwin em movimentos nas costas da defesa. Foram muitas vezes solicitados, mas de forma algo ansiosa e com precipitação para chegar a zonas de finalização.
— Afonso Vídeos (@Dap_GDEP) December 24, 2021
Precipitação esta que se deveu ao FC Porto ter marcado dois golos nos primeiros seis minutos, e a partir daí, o paradigma do jogo ter mudado radicalmente.
Os dragões ganharam confiança, foram agressivos e exploraram muito bem as costas da defesa encarnada, chegando dessa forma ao terceiro golo.
Esta foi de resto a chave do encontro, sobretudo pela repetição do duelo Luis Diaz x André Almeida, sempre a pender para o colombiano. Parecem ter voltado os problemas de controlo da profundidade da equipa de Jesus, após a lesão de Lucas Veríssimo.
— Afonso Vídeos (@Dap_GDEP) December 24, 2021
Ao cair do pano, Evanilson -havia bisado- foi expulso e no regresso das cabines, Jesus mudou para 4x4x2, o seu sistema habitual até à presente temporada.
Na segunda parte o FC Porto recuou o bloco, defendeu perto da baliza e permitiu muito poucas oportunidades à equipa encarnada.
Com pouca profundidade para explorar, a equipa da Luz, que teve mais bola, não encontrou soluções para romper o bloco portista e quase todos os ataques acabaram em cruzamento para a área, sem grande sucesso.
Por uma ou outra vez, o FC Porto conseguiu sair e criar situações de igualdade numérica em transição, ficando mais perto de chegar ao 4-0 que o Benfica de reduzir para 3-1.
NOTAS FINAIS
- Grande leitura de jogo de Sérgio Conceição que anulou o espaço entrelinhas que Jesus tentou aproveitar com a inclusão de Taarabt no 11 inicial. O 3x5x2 do Benfica esbarrou na competência defensiva dos dragões, e também na sua agressividade. Taremi, tal como Paulinho fez no Benfica- Sporting, perseguiu Weigl diretamente, numa marcação HxH impiedosa.
- Muita ineficácia encarnada no momento ofensivo. Tentaram-se apenas duas formas de ferir os azuis e brancos: na primeira parte através de bolas na profundidade, solicitando sobretudo Rafa, na segunda parte, com cruzamentos para a área. Nenhuma das duas teve sucesso nem colocou a defensiva adversária em perigo.
- Enorme as exibições de Luis Diaz e Vitinha. O primeiro fez um jogo ao seu estilo, com muita irreverência e capacidade no duelo individual, sendo o responsável pelos melhores momentos do FC Porto na partida. Já o internacional sub-21 português marcou um belo golo, somou várias boas ações (tremenda capacidade de decisão) e mostrou ainda que também pode acrescentar no processo defensivo.