Galatasaray SK 1-2 SL Benfica: Chamar-lhes segundas linhas é (apenas) uma formalidade

    Com seis jogadores saídos do laboratório do Seixal no onze, o SL Benfica deu, na Turquia, continuidade ao bom momento que atravessa, colocando um pé nos oitavos da Liga Europa.

    Diante de uma formação turca a cometer uma quantidade inusitada de erros para quem tem aspirações europeias, da defesa ao ataque, a formação de Bruno Lage nem precisou de pesos pesados como André Almeida, Grimaldo, Jardel, Pizzi, Rafa ou Jonas para deixar tudo muito bem encaminhado. Florentino encheu o campo com um pulmão enorme, num jogo em que Salvio e Seferovic deram corpo à superioridade das águias em Instambul.

    O maior mérito que se pode atribuir a Bruno Lage é o de nem se ter notado a diferença na produção futebolística deste Benfica, mesmo com metade da equipa praticamente ‘nova’ em relação aos últimos dias.

    A arma do contra ataque assenta que nem uma luva a jogadores que sabem explorar na perfeição as imensas limitações de uma dupla de centrais francamente má.

    João Félix começou por ser o primeiro a medir o pulso à atenção de Muslera, mas o tiro saiu com pouca força e o guardião segurou com facilidade.

    Na resposta – e na única vez que os turcos se acercaram com algum perigo da baliza encarnada no primeiro tempo -, Onyekuru, o melhor da equipa comandada por Fatih Terim, ficou com a bola à mercê no coração da área, mas tirou mal as medidas da baliza de Vlachodimos.

    A incapacidade de criar perigo no último reduto encarnado era agravada pelo distanciamento entre os vários setores do Galatasaray, que vivia numa espécie de anarquia tática, promovendo as saídas perigosas das setas encarnadas para o contragolpe.

    Num desses momentos, Yuri Ribeiro fez um cruzamento ao primeiro poste, ao qual Marcão respondeu com uma abordagem deficiente, jogando a bola com o braço dentro da área, beneficiando o Benfica de oportunidade soberana para abrir o ativo. Salvio não se assustou com tamanha pressão e enganou bem Muslera para o 1-0, aos 27 minutos.

    Fonte: UEFA

    Sem capacidade de resposta, e com os encarnados totalmente confortáveis e a fecharem todos os caminhos para a sua baliza, do Galatasaray só se voltou a ver um sinal de vida no início da segunda parte, precisamente no momento em que Yuri Ribeiro não foi feliz e acabou por trair o guardião grego do Benfica, perante a pressão de Luiyndama a tentar responder ao cruzamento de Nagatomo.

    Fora apenas um percalço numa exibição tranquila e cheia de personalidade, de um Benfica que também soube provocar o erro. Dez minutos depois, aquilo que parecia um alívio de Rúben Dias funcionou como um passe fantástico para Seferovic, que beneficiou, desta vez, do adormecimento de Marcão para bater Muslera pela segunda vez, com muita classe.

    Parecia, enfim, ter sido dada a machadada nas aspirações turcas, ainda com meia hora para se jogar. Salvo uma tentativa de longe de Feghouli e de um cabeceamento de Luiyndama ao qual Vlachodimos respondeu com uma enorme defesa, as águias estiveram sempre muito confortáveis e à espreita de aumentar o fosso, sempre comandadas pela genialidade de Félix.

    Daqui por uma semana, num outro inferno, o da Luz, é tempo de confirmar o que hoje se ficou a perspetivar. Até o melhor Galatasaray está longe de bater o pé a este Benfica.

    ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES:

    Galatasaray SK: Muslera, Nagatomo, Marcão, Luyindama, Linnes (Mariano, 73’), N’Diaye (Gumus, 73’), Fernando, Belhanda, Onyekuru, Diagne e Feghouli.

    SL Benfica: Vlachodimos, Corchia, Rúben Dias, Ferro, Yuri Ribeiro, Florentino Luís, Gedson Fernandes (Samaris, 87’), Salvio (Gabriel, 48’), Cervi (Krovinovic, 80’), João Félix e Seferovic.

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    Ricardo Anselmo
    Ricardo Anselmohttp://www.bolanarede.pt
    O azul e o branco é parte fundamental da vida do Ricardo. O amor pelo FC Porto faz dele um adepto ferrenho dos 'dragões'. Tem na escrita um amor quase tão grande como o que tem pelo clube, sendo sobre futebol que incide a maior parte das suas escrituras. No futuro, espera encontrar no jornalismo a sua ocupação profissional.                                                                                                                                                 O Ricardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.