Vamos começar este texto com uma pergunta. Quem é tem 85 jogos com a camisola do Benfica, 68 golos marcados em jogos oficiais, e no meio deste registo de loucos ainda conquistou 2 campeonatos, duas Taças da Liga, uma Supertaça, e prémios diversos a nível individual? Alguém sabe a resposta? Do outro lado da estrada, nada? Então? Vá, eu ajudo, foi Jonas.
Sim, o mesmo Jonas que já tinha demonstrado ser um atacante de classe mundial no Valência, mas que o actual treinador do Porto achou que não valia a pena ficar com ele. Nuno Espírito Santo, se por acaso estiveres a ler isto, mais uma vez, um muito obrigado. A sério, estás aqui só por esta, mas deixemo-nos disto e vamos voltar o tema que interessa.
Os benfiquistas ficaram, tal como a canção de Martinho da Vila diz, mal-habituados desde da chegada o brasileiro à Luz. Há muito tempo que não tínhamos um atacante que nos bajula-se tanto, por quem sentíssemos tanto a sua falta dentro dos relvados, a quem dessemos uma alcunha que fosse tão a condizer com a sua eficácia em frente às redes, “Jonas Pistolas”, que fosse tão bom que quase dá para ignorar a também boa média do seu companheiro de ataque, Mitroglou. Com isto quero dizer que não devemos pensar só em Jonas e ignorar o grego, é que o Barba-Negra da Luz também apresenta um registo de respeito.
O problema aqui é que no começo desta nova temporada, Jonas lesionou-se com alguma gravidade e tem andado afastado dos relvados desde do jogo com o Nacional na Madeira, logo o Benfica tem feito menos golos. Atenção, não que isso implique o Benfica esteja a fazer uma má temporada. Lidera o campeonato, continua na Taça de Portugal, e ainda se encontra na luta pela passagem à próxima fase da Liga dos Campeões. Até ver é bem bom.
A forma que Rui Vitória encontrou para colmatar a ausência do melhor marcador da equipa tem um nome e é uma característica que deve ser inerente a todas as grandes equipas, estou a falar de pragmatismo. Não, não é bonito de se ver, e sim, é o completo oposto daquilo a que fomos habituados com o brasileiro, mas era o caminho a seguir. Traduzido para miúdos, o Benfica marcar menos, mas tendencialmente, marca os golos necessários para ganhar os jogos. Sim, sportinguistas e restantes que estiverem a ler isto, eu sei que perdemos por 4-2 em Nápoles, e que deixámos fugir a vitória contra o Besiktas, e que não conseguimos dar a volta frente ao Vitória de Setúbal, acontece e já não há nada a fazer. Mas, fora esses desaires, que como disse acontecem e fazem parte de uma época, o Benfica tem provado ser capaz de sobreviver sem o seu matador.
Com isto não estou a querer insinuar que Jonas pode passar o resto da época a ver os jogos do banco. Longe de mim, até porque se há pessoa que aprecia as qualidades dele sou eu, mas tive e tenho de sublinhar que mesmo sem ele estamos bem. Agora, sinto um arrepio na espinha só de pensar no rendimento deste Benfica com ele a jogar.
Ainda não sabemos ao certo quando é que o Butch Cassidy (Pistoleiro interpretado num filme com o mesmo nome por Clint Eastwood), do Benfica vai regressar, as saudades já apertam, sobretudo da parte das redes, mas tudo isto serve para dizer que o Benfica está bem, mas tem saudades de Jonas.
Foto de capa: SL Benfica