A juventude é uma coisa linda. Juro que não estou a ser irónico ou sarcástico e que tudo aquilo que vou dizer tem alta quantidade de honestidade. A juventude é das melhores coisas deste mundo. A vida passa-nos ao lado, mas pela positiva. Sentimo-nos capazes de tudo, de ir contra o mundo e as hipóteses de sermos bem-sucedidos a médio prazo são elevadas. Agora, para efeitos desta crónica, será esse o caso de Ketaon Parks?
Keaton tem um defeito, ou não, consoante a evolução da modalidade e dele próprio: o facto de ser norte-americano. O Futebol, aquele que se joga, de facto, com uma bola e que é mais velho do que aquela espécie de<em> wrestling</em> com postes e uma “bola”, não é dos desportos mais famosos nos Estados Unidos. Está em crescimento e a eventual ida de Ronaldo para a MLS, na próxima temporada, vai aumentar a popularidade do desporto. Mas quando pensamos em futebol os EUA, não são o primeiro país a vir-nos à cabeça.
Contudo, Keaton ainda tem o tal factor da juventude, devido aos 20 anos, a seu favor. É preciso recordar que o Benfica não tem um grande historial com norte-americanos – basta lembrar Freddy Adu, mas casos não são casos.

Fonte: SL Benfica
Keaton estreou-se pela equipa principal do Benfica no jogo da Taça de Portugal, em casa, frente ao Vitória de Setúbal. Entrou para o lugar do meio adormecido Pizzi. Antes de ter chegado aos relvados da Luz, Keaton passou pelo Liverpool Warriors, nos EUA, veio para os juniores do Varzim, e, no começo desta temporada, deu o salto para o Benfica B e, depois, a já mencionada estreia frente aos sadinos.
É preciso dizer que se viu pouco deste jovem americano. Não teve assim tanto tempo em campo: esteve 21 minutos em campo, mas, do que deu para apreciar, está lá qualquer coisa. É dele o passe que desmarca Cervi que à segunda tentativa vai encontrar Krovinovic para o 2-0 do Benfica. Esteve bem nesse momento, mas e mais? Houve mais? Não. Atenção: num jogo daqueles, partido e com um Setúbal aguerrido, ia ser sempre complicado entrar e espalhar magia no imediato e, com apenas 21 minutos dentro das quatro linhas, para um miúdo de 20 anos em estreia, as coisas nem sempre saem bem, seja por nervosismo ou receio.
O facto é que estes jogos da taça servem precisamente para aquilo que Rui Vitória disse no final da partida: “para alguns agarrarem as oportunidades”. Keaton deu boas indicações, dentro das poucas, no tempo que esteve em campo. Logo, na lógica de Vitória, aproveitou a oportunidade.
Agora, importa saber se é oito ou oitenta. Se é um que se viu uma vez, parecia poder dar jogador, mas depois acaba aos 28 a jogar num Feirense desta vida. Ou se, pelo contrário, é uma espécie de Diogo Gonçalves 2.0 e dá logo o salto para o 11. O raciocínio normal seria ele ir entrando aos poucos a ver se rendia, mas neste Benfica nada é como esperado.
Foto de Capa: SL Benfica
Artigo revisto por: Ana Rita Cristóvão