Mercado de inverno SL Benfica | Uma história bem escrita sem um final feliz

    Benfica

    Era uma vez um SL Benfica acusado e acossado por levar 38 futebolistas numa camioneta para o Algarve. Não se sabia, dizia-se, se iam estagiar ou fazer uma excursão à bonita moda portuguesa dos anos 80. Revoltado, o SL Benfica decidiu que em seis ou sete meses reduziria ao mínimo o número de jogadores do seu plantel. A chacota, claro, foi geral.

    Anos e anos de má construção e ainda pior gestão de plantel anulados numa questão de meses? Só podia ser brincadeira. No entanto, o SL Benfica acreditava, tal como David Mourão-Ferreira, que “E por vezes por vezes ah por vezes / num segundo se evolam tantos anos”. Não foi num segundo, mas numa questão de meses as águias resolveram uma questão de anos.

    Findo o mercado de inverno (um dos mais voláteis de sempre, como perspetivado), o plantel do SL Benfica é agora composto por 21 jogadores de campo e três guarda-redes. Foi esta a grande vitória da gestão encarnada neste mercado de janeiro – e uma das grandes vitórias administrativas dos mais recentes tempos. As chegadas de Schjelderup, Tengstedt e Guedes foram os três capítulos desta história em termos de entradas e foram muito bem redigidos.

    As saídas que as acompanharam foram de leitura fácil e enredo idílico. Saíram – e ainda renderam o que no futebol moderno são tostões, mas, ainda assim, dinheiro – os excedentários e os que necessitavam de tempo de jogo, numa limpeza de plantel que superou largamente as expetativas mais otimistas. Tudo corria bem na história do mercado de inverno benfiquista. Até ao capítulo final.

    No último versículo, o Chelsea FC levou Enzo Fernández do SL Benfica, deixando o plantel benfiquista órfão de um dos seus mais pródigos filhos e roubando o tão desejado final feliz à história que os encarnados vinham escrevendo no primeiro mês de 2023. Foi, então, com angústia, tristeza e revolta que terminou a história do mercado de inverno da Luz.

    Contudo, o fim desta história é só o início da história da segunda metade da época. E essa tem todos os ingredientes para capitular da forma mais feliz. Mesmo sem Enzo, em 2023 é para ir ao Marquês.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.