Nélson Veríssimo | No final da época, “should he stay or should he go”?

    Nélson Veríssimo foi apontado, em dezembro, treinador da equipa principal (vocábulo empegue por mero estatuto) do SL Benfica.

    Então, o clube informou que o técnico que militava na equipa B seria daí em diante o timoneiro dos As até final da temporada. Parecia claro, pelo comunicado, que Veríssimo estaria a abraçar um compromisso a termo certo sem possibilidade de extensão.

    Mais tarde, Rui Costa viria a terreno insinuar que esta nova passagem do vila-franquense pela equipa sénior A poderia estender-se para lá de meio ano. Estava espoletada a discussão sobre o estatuto do treinador de 44 anos. Afinal, está a prazo (ainda que todos os treinadores o estejam) ou podemos contar com a sua continuidade na época vindoura? E se for a segunda hipótese, faz sentido que assim seja?

    Pessoalmente, continuo a acreditar que não foi despiciente a complementação do comunicado com a seleção de palavras “até ao final da temporada”. Parece-me agora como me parecia no momento em que assumiu que Veríssimo tem os dias contados na equipa principal. E parece-me agora como me parecia então que não faz sentido manter a longo prazo uma aposta no ex-defesa.

    Não necessariamente pela sua maior ou menor capacidade ou mesmo pelo parco CV de NV, no que respeita a equipas A. Veríssimo é um bom treinador no contexto em que estava inserido até dezembro e dentro da fase da carreira que atravessa. Todavia, não é para já a pessoa indicada para assumir uma pasta que implica transformar uma equipa plena de problemas intrincados e profundos numa equipa vencedora e dominante.

    Sobejam dúvidas (quiçá infundadas) acerca da capacidade de Veríssimo para liderar e gerir um grupo de trabalho com demasiadas pseudovedetas e com “jogadores-entulho” que terão que ser enquadrados de uma forma muito específica para que deles ainda se faça alguma coisa.

    Impõem-se depois questões técnico-táticas e metodológicas. O timoneiro vinha fazendo um excelente trabalho no SL Benfica B, mas o que a equipa A tem feito sob a sua batuta é demonstrativo de uma de duas coisas: ou a equipa não reflete em campo o trabalhado nas sessões de treino ou as sessões de treino não têm surtido efeito na necessária mudança do futebol encarnado.

    De uma forma ou de outra, pelo menos parte da culpa poderá sempre ser atribuída a Nélson Veríssimo.

    A juntar a isto, aquilo que é o trabalho mais visível do treinador – aquilo que faz durante os jogos – não tem sido convincente, com algumas decisões impercetíveis, sobretudo no que concerne às substituições. É verdade que não construiu o plantel à sua imagem e medida – o que constitui uma atenuante que não pode ser ignorada -, mas exigia-se e esperava-se melhor.

    Posto tudo isto, não creio que faça sentido a continuidade de Nélson Veríssimo no SL Benfica A para lá de maio e não creio que vá suceder. Por falar em suceder… falta saber quem o vai fazer a Veríssimo…

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.