Quando o Benfica joga com qualquer adversário nacional é sempre destacada a qualidade do plantel encarnado, com especial foco nas várias soluções existentes no banco de que o senhor Jorge dispõe. Isto é simplesmente óbvio. Num plantel de trinta e muitos jogadores mal seria se não existissem soluções no banco. E por termos esta enormidade de jogadores – o maior plantel, lá está -, lembro-me de questionar duas coisas; duas coisas que me parecem importantes.
Primeiramente, como é possível, a nível de planificação e gestão, ter tantos jogadores e depois ter de se recorrer à equipa B para ir buscar um jogador para jogar a extremo? Ainda bem que assim foi, porque sou da opinião que o Ivan Cavaleiro merece de facto minutos no plantel e pode, num futuro a curto/médio prazo, tornar-se um jogador fundamental no plantel encarnado. Isto (a pergunta feita anteriormente) mostra a terrível planificação do plantel que foi feita com vista a esta temporada, e também a gestão que tem sido feita ao longo da mesma. E a esta pergunta, o senhor Luís ou o senhor Jorge que respondam, porque eu, infelizmente, não o posso fazer.
Em segundo lugar, questiono (me) se é pertinente ter tantos jogadores no plantel?
E a esta respondo eu: não. Obviamente que não. Porquê? Dois motivos simples.
É incomportável para qualquer treinador gerir tantos jogadores sem ter casos de desmotivação e/ou indisciplina. Não há milagres, mesmo sabendo que o nosso treinador é Jesus; para além de ser muito mais difícil criar um forte espírito de grupo, coesão e um bom balneário (até porque não há cacifos para todos, o que gera automaticamente mau ambiente e discussões…).
Em segundo lugar, equipas que têm uma equipa B nunca deveriam ter mais do que 20 a 22 jogadores na equipa principal. A equipa B serve para dar rodagem a jogadores mais jovens, jogadores com potencial para representar a equipa principal num curto/médio prazo. Serve para diminuir o choque da passagem de júnior a sénior – momento crítico na vida da maioria dos jogadores e no qual muitos deixam de competir ou competir a um nível elevado, como fizeram durante a formação.
Ou seja, no caso do Benfica torna-se duplamente crítico o número de jogadores na equipa principal.
Até podemos ser campeões, até podemos ganhar títulos esta temporada, até podemos começar a praticar um futebol de nível elevado, à semelhança do que fizemos na época anterior, mas que tudo isso (apenas possibilidades, atenção) não sirva para camuflar esta situação.
Para mim, como sempre defendi, a aposta tem de passar por jovens valores, pelo aproveitamento da formação – a credibilidade trabalha-se e nós não a temos por culpa própria – e por uma planificação e gestão séria e coerente no que ao futebol diz respeito.
Portanto, Benfica, meu querido Benfica, é para o ano que acertamos?
Senhor Luís, eu espero sinceramente que sim.