O que se passa com o SL Benfica B?

    Benfica

    Num clube onde a formação e o desenvolvimento de jovens jogadores tem um papel tão crucial para a evolução e para o sucesso do mesmo, como o Benfica, a equipa B desempenha um papel preponderante nesse processo, mas a verdade é que na atual temporada, as coisas não estão a correr tão bem quanto se esperava.

    Depois de um ano em que a formação das águias conquistou a UEFA Youth League e a Supertaça Intercontinental Sub-20, as expectativas para os escalões de formação e para a segunda equipa dos encarnados encontravam-se extraordinariamente elevadas, não só pela conquista dos troféus a nível coletivo mas também porque a nível individual inúmeros jogadores mostraram-se entusiasmantes em relação ao seu potencial e à sua qualidade.

    Agora, em Março, já na reta final da temporada, é possível perceber-se que as expectativas e as projeções feitas no início da época não correspondem exatamente à realidade neste momento. A equipa B das águias encontra-se numa situação crítica ao ocupar a décima quarta posição da tabela classificativa da Segunda Liga, apenas quatro pontos acima da zona de despromoção.

    Depois de uma boa sequência de vitórias entre Outubro e Novembro, os encarnados entraram numa maré de resultados e exibições negativas, de onde não conseguiram sair completamente até agora, tendo em conta que nos últimos 12 encontros somaram apenas uma vitória. Algo verdadeiramente preocupante se olharmos para aquilo que deve ser tomado como “ideal” para equipa secundária do Benfica: um espaço de desenvolvimento desportivo, de projeção e preparação para a equipa principal das águias, o que neste momento é algo bastante complicado.

    A atualidade da equipa B pode dever-se a vários motivos e razões. Primeiramente devido ao facto de este ano ser um ano de transição, ou seja, apesar do vários, e bons, jogadores que ganharam a Youth League na temporada passada fazerem parte do plantel, outra grande maioria dos atletas que já pertencia há equipa B, saiu.

    Fonte: Cláudia Figueiredo/Bola na Rede

    Jogadores como Tiago Gouveia, Tomás Araújo, Rafael Brito, Sandro Cruz, Úmaro Embaló ou Luís Duk, que já estavam há muito tempo a jogar no nível secundário e que, em alguns casos, já se encontravam num nível superior a esse e por isso saíram, exerciam um papel bastante importante na equipa B, por já terem a experiência e a capacidade necessária para “tomar conta” da segunda equipa, algo que não acontece neste momento.

    A maioria dos atletas pertencentes à mesma equipa na atualidade não possui, ainda, esse nível em que os outros se encontravam quando a deixaram.

    Por outro lado, a falta de resultados também se pode dever à inconsistência existente em relação ao próprio plantel, que tem sofrido inúmeras alterações ao longo da temporada. A pouca regularidade e consistência que existe na construção da equipa e na rotação dos jogadores, prejudica diretamente a forma como a mesma joga. Isto porque, desde a inicio da temporada jogadores que eram vistos como “chaves” na equipa B, não são presença assídua na mesma, tendo inclusivamente dado quase de forma definitiva o salto para a equipa principal como António Silva e João Neves.

    Para além dos jovens que começaram a época e depois saíram, existem também os jogadores que fazem inteiramente parte da equipa principal, mas que foram jogar para a secundária para ter minutos, ritmo de jogo ou até mesmo para recuperar a forma.

    Nomes como Henrique Araújo, Paulo Bernardo, Morato, Rodrigo Pinho, Lucas Veríssimo e mais recentemente os reforços Schjelderup e Tengsted realizaram vários jogos ao serviço dos B’s, mesmo fazendo parte da equipa principal, o que, por um lado, é muito positivo a nível individual para os atletas em questão, mas que por outro, prejudica de certa forma a equipa por não se conseguir formar um conjunto de jogadores regulares, consistentes e habituados a jogar juntamente.

    Agora, à entrada para uma fase completamente decisiva da temporada, o Benfica B tenta aguentar-se e fugir à despromoção para a Liga 3, que ao acontecer, seria um duro golpe no processo de desenvolvimento de jogadores e consequentemente no projeto do clube.

    A questão em causa nunca será a falta de qualidade, mas sim o aproveitamento da mesma, pois, certamente, jogadores que neste momento fazem parte da equipa B das águias, como André Gomes, Cher Ndour, Rafel Rodrigues, Pedro Santos, Diego Moreira, Henrique Pereira, entre outros, tem todas as capacidades e qualidades para se tornarem ótimos jogadores ou até estrelas, só precisam apenas de tempo e de um contexto favorável à sua evolução.

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    Guilherme Terras Marques
    Guilherme Terras Marques
    Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico