Olá, Benfica. Está aí alguém?

    “Olá? Benfica? Estás aí?”

    Esta tem sido a minha vida nas últimas semanas. Depois daquela coisa em Amesterdão, de perder contra um clube sem adeptos (porque todos sabemos que as pessoas apoiam o CF Os Belenenses e não a SAD), o Benfica deu-se ao luxo de perder contra o Moreirense FC em casa, mesmo tendo passado para a frente do marcador logo aos dois minutos.

    Antes de mais e para acabar já com falsas esperanças, este texto não é um ataque ao Rui Vitória. Este texto é toda uma caixa de lenços brancos dedicados ao Sport Lisboa e Benfica.

    Há coisas que não compreendo e que me causam muita espécie. Neste momento, o Benfica é uma dessas coisas. Não vou bater no pai de família honrado, nem no grande capitão que leva um vermelho direto quando tudo corre mal. Vou mesmo bater no Benfica, porque, acreditem, se esta coisa que eu tanto amo fosse “tocável” eu estrangulava-a e atirava-a do terceiro piso para fora do estádio.

    Ontem, logo depois do jogo, fiquei possessa. A minha cabeça era do tamanho do mundo, o meu estômago era um autêntico nó e qualquer piada era-me insuportável. Hoje já passou. Aquela vontade de chamar nomes ao Rui Vitória já passou. Hoje, só quero dar-lhe um abracinho e dizer que vai ficar tudo bem – mas não no Benfica. Quero chegar ao pé do tão aclamado pelo povo, Senhor Presidente, e perguntar-lhe se está tudo bem naquela cabecinha. Quero também chegar ao pé de todo um conjunto de jogadores e, com um sorriso amável na cara, perguntar se sabem que os jogos não se ganham com frases fofinhas no instagram.

    Muita coisa tem de mudar e talvez tenha de começar por Rui Vitória
    Fonte: SL Benfica

    Chega. Chega, Benfica. Eu, que escrevi tantas vezes a atenuar a culpa de Rui Vitória (nunca a defendê-lo como treinador, mas sim a defendê-lo dessas coisas horrorosas ditas por aí), escrevo hoje a dizer que chega. Para o bem de todos, chega.

    A continuidade de alguém que os adeptos já não podem ver à frente, não vai trazer nada de bom ao clube. O Benfica vai continuar a jogar mal. A equipa adversária vai continuar a brincar connosco. As conferências de imprensa vão continuar a ser um misto de “desculpem” e de “a culpa não foi nossa”. Os adeptos vão deixar de apoiar aquilo que importa. E de que nos serve lenços brancos, gritar “demissão”, “Benfica é nosso” e, em breve, faixas nos topos com mensagens representando a sua falta de paciência para com tudo.

    Eu escrevo e continuo a escrever, triste, cansada, farta deste meu Benfica que não está, não vem, não aparece, não reage. Escrevo e sei que escrevo em vão, porque o orgulho dos dirigentes é maior que a sua racionalidade. Grimaldo disse ontem que “há muitas cosias para mudar” e nunca ninguém esteve tão certo. Então mudemos, mas comecemos pela base. Lamneto, mas não podemos mandar os jogadores todos embora, portanto…

    Benfica, se estás aí responde. Se estás aí reage. Faz alguma coisa porque isto assim só dói. A época ainda agora começou e há tempo. Há tempo para mudar, há tempo para dar o salto, para “reconquistar”. Não há mais tempo para orgulhos pessoais, raiva nas bancadas, inércia em campo e discursos bonitos que já ninguém quer ouvir.

    Num desespero eu só quero ouvir alguém dizer que isto vai mudar, que isto não vai continuar assim. Mas esse alguém não é o Grimaldo com “juntos” ou o Jardel com “peço desculpa”. Quero uma resposta a sério, algo que tranquilize toda uma massa adepta.

    Por isso, Benfica, por favor, responde, antes que seja tarde de mais.

    PS. Parabéns, Pablito! Vem até cá e salva-nos de nós!

    Foto de Capa: SL Benfica

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Joana Libertador
    Joana Libertadorhttp://www.bolanarede.pt
    Tem a vaidade, o orgulho, a genica, a chama imensa. Para além da paixão incontrolável pelo Benfica, tem um carinho especial pelas equipas que vestem vermelho e branco. Menos na NBA. Aí sofre por aqueles que vestem branco, ou azul, ou amarelo, ou preto (depende do dia) - os GS Warriors.                                                                                                                                                 A Joana escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.