Em jeito de rescaldo do fecho do mercado de transferências, podemos afirmar que o Benfica marcou, mais uma vez, pela ausência na compra de jogadores, o que reforça a aposta na formação não como um sonho mas sim como uma realidade.
Neste inverno o Benfica voltou a reduzir ainda mais o investimento nas contratações, apostando na integração de dois jogadores na equipa principal: Ferro e Jadsen da equipa B, que vão compensar as saídas de Lisandro López (Inter Milão) e Filipe Augusto (Alanyaspor). Mas, ao que a saídas diz respeito, os encarnados não ficaram por aqui, conseguindo colocar Pedro Pereira no Génova e Hermes no Cruzeiro. Quanto a Gabriel Barbosa, que estava emprestado pelo Inter Milão, abandonou a Luz para regressar ao Santos.
As saídas infelizmente não foram só consequência do pouco rendimento destes jogadores. Outro fator prende-se com o facto do Benfica se encontrar ausente de quase todas as competições, o que obrigou Rui vitória a repensar as suas estratégias, reduzindo o plantel para depois obter maior equilíbrio, focando-se em menos jogadores e assim ter mais tempo para os trabalhar individualmente. Deste modo o treinador encarnado aumenta os índices de competitividade e união do grupo para lutar pelo que falta do campeonato, que ao que tudo indica será uma corrida a três e, ao pequeno deslize, será de certeza mais difícil ser Penta.
Leva-me a crer que está foi a melhor solução para os objetivos do clube: focar os jogadores e ter no grupo só os que dão mais garantias, jogadores que o treinador sente que irão com ele até ao fim.
A aposta na formação é evidente no Benfica, mas não gostava mais que situações como Bernardo Silva, Ivan Cavaleiro, Cancelo e André Gomes voltassem a acontecer. A situação Umaro Embaló deixou-me algo desconfiada, pois bem sei que o dinheiro por vezes obriga os clubes a deixarem ir os jogadores, mas o Benfica tem de repensar como pode reter estes talentos, pelo menos sem passarem pela equipa principal. Custa imenso ver as nossas crianças vingarem noutros clubes que não o nosso.
Bem sei que este tema é complexo e muitas vezes depende de empresários mas acabam-se com muitas carreiras promissoras só por dinheiro, sem se pensar no jogador e no que é melhor para o seu desenvolvimento.
Cada vez mais a nossa formação é seguida e elogiada e, se o Benfica não os encarar como família, nunca vai conseguir competir com os milhões de outros clubes. Este é o preço da fama.
Artigo revisto por: Vanda Madeira Pinto