De craque e melhor que Matic, para desaparecido e (talvez) a caminho do Sporting Clube de Portugal.
Javi Garcia chegou ao Benfica como uma das promessas do futebol espanhol. Formado nas escolas do Real Madrid FC, chegou a fazer uma época no Osasuna mas foi na época seguinte que foi uma das caras do plantel principal merengue. Não era uma estrela da equipa, mas cumpriu mais de vinte jogos numa temporada em que o clube da capital espanhola conquistou a segunda posição da LaLiga. Ao Benfica custou na altura sete milhões de Euros e vinha encaixar-se num plantel com várias alternativas à posição de trinco: Rúben Amorim, Airton e Ramires.
Rúben Amorim era um experiente polivalente que conhecia bem o futebol nacional e que podia facilmente encaixar como titular. Airton era um promissor jogador brasileiro que chegava também naquele ano para conquistar um lugar no onze inicial. Ramires dispensa apresentações, foi médio, foi extremo, foi de tudo um pouco, mas o meio-campo era um terreno que conhecia bem.
Quando chegou a Lisboa precisou apenas de cerca de trinta jogos na liga para sagrar-se campeão nacional na primeira época de Jesus. Jogava como trinco e tinha sempre um parceiro que criava o processo ofensivo do meio-campo encarnado. Por cá andou durante quatro anos e no quarto acabou por carimbar a merecida transferência para um clube de renome do momento: Manchester City.
Recordo-me o pânico que foi perder uma das principais peças do plantel não sabendo ainda que no banco, de seu nome Matic, estava um craque em explosão. No Manchester City foi recebido por Mancini que queria lutar pelo primeiro lugar da Premier League, mas começava aqui a grande queda e desaparecimento de Javi Garcia.
De internacional espanhol rapidamente tornou-se numa sombra daquilo que tinha sido até ao momento e ali esteve até que se desvalorizou e acabou por ser vendido ao Zenit. Em terras russas, a competitividade era diferente e talvez os milhões que eram falados foram motivação para o espanhol partir para aquele lado do globo. É neste período que Javi Garcia desaparece por completo e acaba por apenas ser mais um e não o jogador da equipa. Se ao Zenit custou dezassete milhões depois do City dar vinte, o Betis acabou por ir buscar o já trintão por menos de dois milhões de euros numa tentativa de dar qualidade ao plantel.
Passada uma temporada, quase um ano do regresso a terras espanholas, Javi Garcia está nas bocas dos jornais portugueses devido ao possível interesse do Sporting CP nos serviços do jogador de trinta e um anos. Neste momento, numa altura em que a idade pesa e que dificilmente conseguiria relançar-se na carreira, a transferência para Alvalade daria ao próprio um maior destaque que aquele que têm no Betis.
Foto de capa: SL Benfica