Regresso à normalidade (depois de Nápoles)

sl benfica cabeçalho 2A dimensão futebolística do Benfica, a real, determinada pela experiência, pela história, construída em campo – e não a tão apregoada (e simplesmente fictícia) pelas redes sociais –, exige da equipa capacidade competitiva para discutir o resultado em qualquer estádio do mundo; para ambicionar conquistar cada momento, cada jogo e competição. Assim tem sido a regra, nestes últimos anos: o Benfica não se fica pela conversa fiada, pela arrogância que precede a partida. O Benfica joga, fá-lo de peito aberto e, normalmente, ganha. É tricampeão, venceu nove das últimas 12 provas nacionais, detém recordes de invencibilidade, e é o líder isolado do campeonato – este é o presente do Benfica.

O que se passou em Nápoles foi, na verdade, o inverso da nossa lógica. No entanto, algo que se explica facilmente à luz das incidências da própria modalidade, fértil em momentos como este, localizados nos extremos, capazes de fazer naufragar todo o colectivo e de o despromover de excelente a péssimo num piscar de olhos. A equipa perdeu momentaneamente o pé, algo que acontece (e que já aconteceu) aos melhores. Não me parece, por isso, haver motivos para dramatizar. O adversário é bom, foi melhor, e existem factores públicos atenuantes da nossa exibição, nomeadamente as ausências por lesão de jogadores fundamentais. Logo, a viagem ao San Paolo resume-se a uma excepção que deverá ser (e certamente será) contrariada num futuro próximo. Nem mais, nem menos.

A vitória do Nápoles foi muito festejada no nosso país – tal como foi o golo de Slimani (tal como já havia sido, por exemplo, o golo de Kelvin). É algo que não espanta. Se é difícil ensinar línguas a um só burro velho, imaginem, então, fazê-lo a tantos milhares. Estes festejos são tão naturais como são, a cada ano, certos desfechos da nossa época desportiva. Por isso, a resposta a esta derrota terá de ser dada com a habitual naturalidade, e o mais rapidamente possível: à hora e no local habituais. A prioridade, agora, é vencer os próximos jogos, permitindo-nos, por um lado, manter a liderança no campeonato e, por outro, reentrar na discussão do apuramento para a próxima fase da Champions; apenas numa segunda linha importa recuperar os níveis exibicionais.

João Amaral Santos
João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Antigo avançado inglês defende saída de Ruben Amorim e surpreende com aposta para sucessor

Charlie Austin assumiu que Zinèdine Zidane seria na sua visão um possível sucessor de Ruben Amorim, mas destacou Sean Dyche.

Surpresa para breve? Mohamed Salah pode abandonar o Liverpool antes de 2027

Mohamed Salah não deverá cumprir o seu contrato com o Liverpool até ao fim. O jogador pode rumar à Arábia Saudita num dos próximos mercados.

Segunda Liga: Chaves passa a ser detido por grupo que lidera equipa da La Liga 2

O Grupo Orlegi, originário do México, passou a ser o dono de 70% da SAD do Chaves, conjunto que atua na Segunda Liga.

Barcelona ‘de casa às costas’: eis os estádios onde vão jogar os próximos jogos

O Barcelona vai voltar a jogar no Estádio Johan Cruyff, mas o regresso ao Spotify Camp Nou está cada vez mais perto.

PUB

Mais Artigos Populares

Sporting: jogador acelera para recuperar e participar na Champions League

Rui Silva falhou a última partida do Sporting frente ao Famalicão e está em dúvida para o encontro contra o Kairat Almaty.

Borussia Monchengladbach despede Gerardo Seoane e já há nome apontado ao cargo

Gerardo Seoane já não é treinador do Borussia Monchengladbach. O técnico suíço foi despedido depois de não ter vencido nenhum dos primeiros três jogos da Bundesliga.

FC Porto volta atrás e impede jogador de participar no Mundial Sub-20

Tomás Pérez já não vai participar no Mundial Sub-20. O jogador vai regressar ao FC Porto nas próximas horas, depois das lesões que surgiram no plantel.