Rio Ave FC 0-1 SL Benfica: No limite

    Benfica

    A CRÓNICA: JOGO DE DIFICULDADE MÁXIMA DECIDIDO NO INÍCIO DA 2.ª PARTE

    Havia jogo de futebol no Estádio dos Arcos, numa tarde agradável e com duas equipas a fazer uma época dentro dos seus objetivos. Dum lado, um Rio Ave FC descomplexado, até pela sua posição na tabela, conhecido pelo seu bom futebol e à procura de continuar a fazer um campeonato tranquilo. Do outro, o SL Benfica, que queria manter – se possível até aumentar – a vantagem pontual para o 2.º classificado FC Porto e 3.º SC Braga. Um grande jogo em perspetiva.

    A partida começou animada, com o Rio Ave a ser a primeira equipa a testar o guarda-redes adversário, com um remate de Boateng a ser encaixado por Odysseas. Esse lance traduziu um ligeiro ascendente da equipa da casa numa fase inicial do jogo.

    O jogo foi-se equilibrando e as duas equipas jogavam de forma aberta, com intencionalidade ofensiva. Antes do intervalo, o Benfica ainda criou mais duas chances de golo, por parte de Rafa e Gonçalo Ramos, porém sem conseguir concretizar. O meio-campo rioavista ia complicando muito a vida aos encarnados e o empate assentava naquilo que foi o jogo.

    Não seria preciso esperar muito para haver golos. As águias entraram com tudo, João Mário conseguiu ganhar, finalmente, a batalha que estava a travar com Patrick William e Gonçalo Ramos finalizou, à segunda, a fuzilar a baliza de Jonathan. O Benfica entrava no segundo tempo praticamente a vencer.

    Apesar da entrada do Benfica que deu em golo, o Rio Ave manteve-se firme no jogo e chegava com critério ao último terço. No entanto, já na hora de jogo, os homens do meio-campo dos visitantes começavam a assumir as rédeas do jogo, criando dificuldades ao jogo vila-condense. Destaque para Aursnes, preponderante em dar controlo ao jogo encarnado.

    A equipa de Luís Freire sentia, a espaços, mais dificuldades em sair da pressão e a bola por vezes tinha mesmo que sair longa para o ataque. Do lado encarnado, o jogo direto era também uma solução para evitar perdas em zona de perigo, contra um Rio Ave que mantinha a sua matriz de pressão alta e bloco subido.

    David Neres e Rafa passavam ao lado do jogo, com pouca bola. A toada mantinha-se a mesma da primeira metade, sem haver oscilações no plano de superioridade: repartida.

    O Rio Ave não conseguia desatar o Benfica, com os extremos a serem infelizes a criar desequilíbrios. Na fase crítica, a incerteza tomava conta do jogo. Tudo podia acontecer, inclusive nada.

    E foi exatamente o que aconteceu. O Rio Ave tomou claramente as rédeas da partida na parte final, mas não conseguiu materializar em golos ou oportunidades que causassem perigo. Vitória encarnada pela margem mínima, num jogo muito bem conseguido da formação de Luís Freire e discutido até ao fim. O líder Benfica somava assim a sua 10.ª vitória consecutiva no campeonato.

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Chiquinho– Não é Zidane, mas está sem dúvida num grande momento de forma. Por momentos, com as devidas diferenças, faz esquecer Enzo, com exibições como a de hoje, onde se pode assinalar a capacidade superlativa de gestão de ritmos de jogo, com inteligência posicional e qualidade de passe, fundamentais na vitória de hoje. Na retina, fica também um lance em que faz um túnel delicioso a Bruno Ventura.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    David Neres  Foi pouco visto em campo. Mesmo quando solicitado, pareceu faltar algo ao seu jogo que não lhe permitiu ter a fluidez que já demonstrou. Foi responsável por algumas perdas de bola inusitadas e não conseguiu ser um fator no ataque encarnado. 

    BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Rio Ave FC

    BnR: Já tocou em alguns pontos, mas pergunto, depois de jogos como este em que volta a bater-se contra um dos grandes, sente que a valida ainda mais a ideia positiva de jogo e se está aí a razão para a época sólida que o Rio Ave tem feito?

    Luís Freire: Não é fácil construir uma ideia positiva a jogar contra estas equipas e logo no início do campeonato. A equipa teve que ir crescendo ao longo do tempo, acabámos a primeira volta com 21 pontos, já temos 12 nesta e nestes oito jogos queremos superar esses 21 pontos. Através desta ideia de jogo, queremos mostrar que a equipa tem qualidade, pode jogar, pode pressionar alto, sair a jogar contra uma equipa como o Benfica. É preciso coragem, é preciso os jogadores acreditarem, estamos a lançar jovens…é este o caminho.

    Se ficarmos em nono, em 10.º ou 12.º, o que me interessa a mim é que a equipa mantenha esta personalidade, não ceder perante adversário nenhum. É um grande desafio interno que temos, perdemos mais vezes do que ganhámos contra estas equipas, mas estamos mais perto de valorizar jogadores, jogos e de ganhar pontos. Valorizamos todos.

    SL Benfica

    BnR: Os treinadores procuram sempre algo para melhorar, mesmo quando vencem várias vezes. Olhando para o que foi o jogo de hoje, o que é que sente que o Benfica precisa de melhorar para vencer o jogo da próxima semana?

    Roger Schmidt: É sempre diferente quando jogas muitos jogos, mesmo de quatro em quatro dia, estás no ritmo e os jogadores sabem o que fazer. Em fases como a desta semana onde os jogadores estão fora e chegam a dois dias do jogo, não temos tanto tempo para nos habituarmos a tudo novamente e por isso nem tudo é tão bom como o normal, mas esperava isso. Sabíamos que não ia ser fácil jogar a um nível alto hoje, mas jogamos bem o suficiente para vencer e merecemos a vitória.

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    Fernando Coelho
    Fernando Coelho
    Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.