SL Benfica | Alegria e criatividade, procuram-se!

    Benfica

    O SL Benfica voltou a ceder pontos no campeonato. Desta vez, empatou no Estádio da Luz frente ao SC Farense a 1-1. As críticas voltaram a subir de tom por parte das bancadas devido ao resultado, mas mais ainda pela dificuldade que a equipa de Roger Schmidt teve em conseguir ser constante, no que diz respeito às exibições a nível individual e coletivo.

    Para o encontro da Jornada 13 da Liga Portugal, o técnico alemão mudou apenas uma pedra no xadrez que empatou em Moreira de Cónegos a zero. Trocou Florentino Luís por Orkun Kokcu. O médio turco do Benfica voltou assim ao onze inicial, dois meses depois, e esteve muitas vezes desaparecido do foco do encontro, à exceção de um excelente remate de longe que executou na segunda parte, tirando tinta ao poste esquerdo da baliza defendida por Ricardo Velho.

    A verdade é que o jogo do Benfica pouco passou pelos pés do criativo ex-Feyenoord, ou até pelos do jovem talento, João Neves. Foi, isso sim, muito mais conduzido pelas laterais do ataque, em tentativas infrutíferas de contra-ataque rápido. Esta é a identidade (ou falta dela) do Benfica da atualidade: uma equipa que depende muito mais da velocidade de ponta dos extremos e avançados do que da criatividade e génio do miolo do terreno, como em anos anteriores. O lado direito é o que tem estado constantemente em maior voltagem, com muitas combinações a surgir entre Di Maria e Aursnes, com aparições de Rafa que, muitas vezes, tenta ganhar um lance na profundidade pedido por um passe da zona defensiva benfiquista.

    Fredrik Aursnes a jogar pelo Benfica
    Fonte: Luís Batista Ferreira/Bola na Rede

    O Benfica parece, muitas vezes, aparecer sem plano de jogo. A estratégia, assente em contra-ataques vertiginosos, especialmente ao reagir a bolas paradas defensivas, parece depender muito da individualidade de poucos jogadores e não da força do colectivo, como dependia o Benfica de 2022/23 que foi campeão nacional.

    Um Benfica anárquico, a precisar de quem imponha lei no meio-campo, é uma das necessidades urgentes por parte da formação orientada por Roger Schmidt. Kokcu pode ser esse ‘criativo disciplinador’ que os encarnados tanto precisam. Quando o melhor Kokcu aparece, surge criatividade, palavra que tem estado em carência no ataque benfiquista. Isso, claro, conjugado com uma estratégia mais concreta e afinada por parte do técnico alemão dos encarnados, algo que não se vislumbra, neste momento.

    Com um estilo de jogo menos assente em jogo colectivo, sendo sobretudo (e apenas) dependente da velocidade vertiginosa dos seus jogadores mais atacantes, o Benfica tenta ultrapassar as várias fases de pressão do encontro, todas de uma vez só, com o objetivo de estar mais perto do golo. No entanto, a tentativa rápida de chegar à baliza do oponente redunda muitas vezes em momentos de fraca capacidade de decisão. Tem sido muito por aí que o Benfica, habituado a praticar futebol atrativo e vistoso, tem perdido a sua identidade.

    A velocidade dos elementos de ataque é importante, mas quando não orquestrada por um colectivo forte, produz pouco. É preciso um pouco dos dois. E é preciso mais rasgos de génio. Numa equipa em crise que precisa reaprender a ser feliz enquanto joga futebol, Kokcu pode bem ser parte da solução.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SC Farense

    Bola na Rede: O Benfica usou e abusou do corredor direito com Di María a acionar o pé esquerdo por fora e por dentro, com o Aursnes a passar por trás, com constantes ruturas do Rafa, mas também do Tengstedt. Como é que se defende uma dinâmica tão assertiva do Benfica neste corredor e se protege o espaço entre lateral e central muitas vezes aproveitado pelo Benfica?

    José Mota: Posso dizer que durante a semana trabalhámos muito exatamente essa situação. Nós sabemos quem é o Di María, com três-quatro metros vai para cima do lateral ou do homem mais perto e consegue com relativa facilidade o 1X1, aquela raquete potente, aquela finalização de pé esquerdo. Então o que nós tentámos, e penso que fez parte da estratégia, tentar bloquear com o nosso médio mais interior as ações do Di María. Ou seja, quando o Di María passava o nosso lateral esquerdo, o Talocha, teria de se confrontar com o nosso médio. Nem sempre isso foi possível, porque ele conseguiu várias vezes fabricar o espaço, mas era uma das estratégias que tivemos para tentar anular essas investidas do Di María.

    SL Benfica

    Roger Schmidt só falou à BTV.

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