Nem parece o mesmo Benfica da época passada. Contudo, isto tem uma explicação: não é o mesmo Benfica.
As águias estrearam-se nesta edição da fase de grupos da Liga dos Campeões em casa, frente ao CSKA de Moscovo. No outro jogo do grupo, o Manchester United venceu em casa por três bolas a zero frente ao Basel.
Foi todo ele um jogo morno, com pouco entusiasmo e a faltar um pouco de sal a ambas as equipas, principalmente na primeira parte que se mostrou sem golos. O CSKA começou forte, a testar as fraquezas do Benfica, arrancando bem no ataque, mas com os encarnados a não deixarem que verdadeiro perigo chegasse à baliza de Varela, embora a defesa estivesse a precisar de olear os movimentos.
Já depois da meia hora de jogo, meia hora esta que contou com alguns remates de ambos os lados e ocasiões de golo reduzidas, o Benfica avançava no terreno e Grimaldo, com um remate ao poste, fez estremecer a baliza russa na primeira grande ocasião de golo do jogo. Dois minutos depois, Seferovic cai na área e deixa dúvidas quanto à decisão do árbitro de nada assinalar.
Antes do intervalo, ainda houve tempo para mais uma atrapalhação de André Almeida, desta vez com Varela, que colocou a baliza desprotegida, acabando, no entanto, por tudo correr bem e o jogo chegar ao intervalo com o nulo justo a prevalecer numa parte em que poucas oportunidades existiram para alterar o resultado.

Fonte: SL Benfica
O Benfica parecia determinado a mudar de faceta depois do intervalo, arrancando para a frente do marcador, cinco minutos após o apito para a segunda parte se iniciar. Já Seferovic tinha ameaçado de cabeça, na sequência de um canto, quando, no lance seguinte, Grimaldo cruzou rasteiro da lateral esquerda para o primeiro poste onde estava o suíço para rematar e inaugurar o marcador. Tudo parecia estar a encarrilhar na estreia do Benfica na prova milionária.
Durante uns dez minutos o jogo ficou repartido, mas a equipa russa mostrava mais que tinha vindo para conquistar pontos do que o Benfica parecia querer que os três pontos ficassem em casa. Menos de 15 minutos depois do golo, André Almeida cortou com a mão um remate à entrada da área, demasiado próximo para que o português conseguisse colocar o braço (que estava quase junto ao corpo) atrás das costas. No entanto, o árbitro entendeu que o lance era grande penalidade, levando Vitinho a empatar a partida ao bater Varela da marca dos 11 metros.
Foi aqui que tudo piorou. O CSKA manteve a sua postura positiva no jogo e o Benfica continuou com dificuldades para finalizar as jogadas, algo que tem sido recorrente esta época. Aos 71 minutos, Zhamaletdinov aproveitou o remate de Vasin para fazer a recarga e fazer a reviravolta no Estádio da Luz.
A partir daí, o resultado iria manter-se inalterado, apesar das investidas tardias de um Benfica que jogava sem Grimaldo e Lisandro, substituídos por dois elementos ofensivos, Rafa e Gabigol que se estreou de águia ao peito. Já Raúl se encontrava em campo quando estes dois entraram para as quatro linhas. Raúl ainda se esticou para tentar empatar e Seferovic ainda desperdiçou um último lance que poderia levar a que os pontos fossem divididos, mas a partida viria a acabar com a derrota para a equipa da casa.
Mais um jogo mal conseguido pelo Benfica esta época. Tem tido dificuldades em mostrar a qualidade que o ano passado lhe garantiu o tetracampeonato. Os adeptos esperam agora, pacientemente, que os encarnados voltem às boas exibições já no Sábado, num jogo difícil contra o Boavista, no Bessa.