Ontem houve polémica. As arbitragens deixaram de ser discutidas e, para a ordem do dia, veio o guião. Cada jogador, quando entra em campo, leva um manual de instruções, que depois, a correr bem, resulta num trabalho colectivo de qualidade. Não se pode dizer que os guiões tenham sido todos respeitados na vitória benfiquista – os encarnados jogaram q.b. – mas houve um que se destacou, outra vez. Jonas deu colorido a uma vitória que Zivkovic ajudou a tornar menos monótona.
Escrever sobre um jogo destes, compreenderá, caro leitor atento ao desenrolar do mesmo, torna-se tarefa hercúlea. Houve pouco futebol, poucas ideias, falta de inspiração e, sobretudo, como começa a ser hábito no futebol português, falta de competitividade. Se retirarmos os primeiros dez minutos, tornou-se confrangedora a exibição nacionalista. Jokanovic, com mais ou menos reforços, tem muito trabalho pela frente.
Depois de um apontamento (curto) ao Nacional, importa destacar dois homens na exibição colectiva q.b. do Benfica: Jonas e Zivkovic. O brasileiro não apareceu muitas vezes no primeiro tempo mas, quando apareceu, foi para brilhar. Dois golos, um deles com brilhantismo, deitaram por terra toda e qualquer esperança do clube madeirense. O sérvio Zivkovic juntou mais uma assistência – começa a ser temível nos cruzamentos – e nunca deixou de dar intensidade aos flancos.
No segundo tempo, Jokanovic mexeu na equipa mas nem por isso o jogo mudou. Os encarnados, mesmo sem nunca aumentarem o ritmo do jogo, foram dominando todos os capítulos do mesmo. As jogadas foram um pouco mais trabalhadas no aspecto da estética; porém, esse ligeiro “embelezamento” só se materializou em mais um golo, que arrumou definitivamente um adversário conformado. Golo esse com… Jonas e Zivkovic na jogada. A renúncia à monotonia está sempre escondida nos melhores talentos.
Foto de Capa: SL Benfica