SL Benfica 3-3 FC Shakhtar Donetsk: Águia sofre traumatismo ucraniano

    A CRÓNICA: BENFICA INCAPAZ DE IMPEDIR “BREXIT” PORTUGUÊS NA LIGA EUROPA

    A noite europeia começou ao rubro na Luz, no jogo frente ao Shakhtar. Afinal de contas, os 90 minutos da semana passada também contam e os encarnados entraram perfeitamente cientes disso. Começámos o jogo com um SL Benfica a tentar impor-se, mas, ainda assim muito pouco eficaz. Havia uma clara dificuldade encarnada em ultrapassar a linha defensiva do FC Shakhtar Donetsk.

    Próximos dos 10 minutos de jogo, quase se grita golo das bancadas. Depois de um cruzamento de Pizzi, Rúben Dias ainda se estica mas não conseguiu chegar à bola. O capitão volta a aparecer do lado esquerdo e desta vez para marcar mesmo o golo do empate na eliminatória aos nove minutos depois de conduzir e rematar com toda a intenção do mundo.

    A felicidade encarnada esmoreceu três minutos depois: o Shakhtar Donetsk dificultou a vida para os encarnados. Dodô, depois de uma grande recessão, faz um cruzamento que acaba por embater em Rúben Dias e que leva a bola para dentro da baliza. O Benfica começa a ressentir-se após o golo com uma maior cautela. Por sua vez, a equipa de Luís Castro começou a controlar a partida através da posse de bola. Aos 20 minutos, Ismaily volta a aparecer no jogo e desta vez em terrenos mais avançados: a aproveitar uma desatenção defensiva das águias, o número 31 do Shakhtar acerta no poste esquerdo da baliza de Vlachodimos. Já no final da primeira parte, o SL Benfica começa a acordar no jogo e Rúben Dias acaba mesmo por fazer o 2-1 (3-3 na eliminatória) que depois do autogolo, redime-se e festeja muito o tento que manteve o empate na eliminatória até ao intervalo.

    A segunda parte foi retomada de forma um pouco idêntica à primeira, com um golo encarnado: num lance em que o Shakhtar até estava a iniciar a sua primeira fase de construção, uma asneira do defensor visitante deixa Dyego Sousa na cara de Pyatov, que esperou pela chegada de Rafa para o extremo português fazer o 3-1. Contudo, os festejos foram curtos, já que os ucranianos responderiam na jogada seguinte com o 3-2, obtido por Stepanenko na sequência de um canto do lado esquerdo.

    Voltava-se à “estaca zero” e o Benfica tinha novamente de partir para cima do adversário em busca do golo que lhe garantisse a passagem aos oitavos da Liga Europa. Os comandados de Bruno Lage iam pressionando a defesa ucraniana, só que essa mesma pressão ofensiva tinha alguns encargos na retaguarda encarnada e foi devido a esse aspeto que Alan Patrick marcou o 3-3, tal como tinha acontecido na primeira mão.

    O Benfica sentiu (e de que maneira!) o golo sofrido, e perdeu algum do fulgor alcançado com o golo de Rafa no início da segunda parte, tanto que era o Shakhtar que ia circulando a bola a seu belo prazer e à espera que o jogo acabasse. Nem mesmo com a frente de ataque a três, o Benfica não conseguiu pelo menos chegar ao tento que lhe desse o triunfo na partida. 3-3 foi mesmo o resultado final e o Benfica despede-se assim da Liga Europa, repetindo as prestações das outras equipas portuguesas nesta fase da competição.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Alan Patrick – Foi o autor do golo que desbloqueou a eliminatória do Shakhtar e foi também ele que protagonizou o tento que fechou essa mesma eliminatória. Esteve bem esta noite, é verdade, assim como toda a sua equipa, que respondeu sucessivamente às investidas encarnadas.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Julian Weigl – A jovem promessa que veio para o Benfica recentemente tem ficado um pouco aquém desde que chegou a terras lusas. Num meio-campo algo deficitário, Weigl voltou a mostrar vulnerabilidade. Não tem acrescentado muito ao jogo encarnado e a maior parte dos seus passes são curtos e previsíveis.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    O SL Benfica apresentou-se esta noite no seu típico 4-4-2 com uma linha defensiva muito subida. Conseguimos notar também que Rafa e Chiquinho estiveram em terrenos mais interiores do que o habitual e isso acabou por condicionar um pouco o rendimento dos dois jogadores. Bruno Lage tentou replicar um alinhamento semelhante ao de Barcelos com Weigl, Samaris e Taarabt, mas na eventualidade de hoje não poder contar com Samaris, Taarabt hoje teve de recuar mais e, para compensar, assumiu um papel mais defensivo, o que acabou por afetar um pouco a solidez defensiva da equipa.

     

    ONZES INICIAIS E PONTUAÇÕES

    Vlachodimos (7)

    Grimaldo (5)

    Rúben Dias (6)

    Chiquinho (4)

    Dyego Sousa (6)

    Pizzi (7)

    Rafa Silva (6)

    Weigl (4)

    Taarabt (6)

    Tomás Tavares (5)

    Ferro (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Seferovic (4)

    Jota (5)

    Carlos Vinícius (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC SHAKHTAR DONETSK

    O FC Shakhtar Donetsk alinhou da mesma forma, num 4-2-3-1, só mudando duas peças: Bolbat e Kovalenko saíram do 11 para dar entrada Dodô e Marcos António. Conseguiram também explorar muito bem o facto de Rafa estar um pouco aquém do que é esperado em termos defensivos, nomeadamente no apoio a Grimaldo em terrenos mais recuados do corredor. Tanto é que foi daí que surgiu o golo do empate no 1-1. A equipa ucraniana estava a sentir algumas dificuldades na primeira fase de construção, mas sempre que a bola ia parar aos pés do trio atacante brasileiro – Marlos, Alan Patrick e Taison – o futebol do Shakhtar transfigurava-se e conseguia pôr em sentido a defensiva encarnada.

     

    ONZES INICIAIS E PONTUÇÕES

    Pyatov (5)

    Kryvtsov (6)

    Stepanenko (6)

    Taison (5)

    Marcos Antônio (5)

    Marlos (5)

    Júnior Moraes (6)

    Alan Patrick (8)

    Matviyenko (5)

    Ismaily (7)

    Dodô (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Tetê (5)

    Konoplyanka (5)

    Khocholava (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Shakhtar Donetsk

    Não foi possível fazer questões ao treinador do FC Shakhtar Donetsk, Luís Castro.

    SL Benfica

    Não foi possível fazer questões ao treinador do SL Benfica, Bruno Lage.

     

    Rescaldo com opinião de Guilherme Costa e Inês Marques Santos

    Foto de Capa: Carlos Silva / Bola na Rede

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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