1.
Franco Cervi – O extremo canhoto de 26 anos encontra-se numa encruzilhada profissional determinante para o desenrolar da sua restante carreira. O seu atual treinador gosta dele, mas apenas para suplente; tem mercado, mas não do seu agrado; tem valor de mercado, mas não alto o suficiente para propostas do agrado do clube; e é novo, mas não tanto assim.
Esta encruzilhada esteve presente durante todo o período de transferências deste verão/outono. No final, o internacional argentino acabou por permanecer no plantel às ordens de Jorge Jesus. Acho que deveria ter saído.
Salvo alguma lesão de Everton Cebolinha, Cervi será um perpétuo suplente, condição que não condiz com o seu valor, que, todavia, não é superior ao do internacional brasileiro. Nuno Tavares é alternativa a Grimaldo e essa porta, que parecia aberta, está fechada para o argentino.
Terá de se contentar em ser útil aqui e acolá. E, de facto, poderá sê-lo. Ainda que fuja ao que Jesus quer para aquela posição (a começar pelo pé preferencial), Cervi já demonstrou dar-se bem com Grimaldo e ser capaz de fazer movimentos interiores, ainda que com menos qualidade do que Everton.
O cenário não será o ideal e a pressão de fazer as vezes de Cebolinha será grande. Contudo, o carácter e a qualidade de Cervi parecem-me suficientes para que o “11” do SL Benfica cumpra a sua missão.
Artigo revisto