SL Benfica l A história dos jogadores estrangeiros

    Jonas, Gaitán, Preud’homme, Garay, Luisão, Ricardo Gomes, Gamarra, Di Maria, Cardozo, Aimar, Schwarz, Witsel, Poborsky, Mozer, Miccoli, Them, Canniggia, Oblak, Javi Garcia, Valdo, Isaías, Magnusson, etc. Foram inúmeros os grandes jogadores estrangeiros que envergaram o manto sagrado, mas nenhum destes jogadores poderia ter alinhado ao serviço do SL Benfica antes de 1978.

    Uma assembleia geral em julho de 1978 ficará para sempre na história do Sport Lisboa e Benfica. Desde a sua fundação o clube encarnado tinha apenas contado com jogadores portugueses nos seus planteis. Ao contrário da maioria dos clubes portugueses, o SL Benfica sempre se recusou a aceitar estrangeiros na equipa.

    Foi precisamente isto que a assembleia geral, mencionada anteriormente, alterou. Os sócios decidiram (com cerca de 500 mil votos): eram agora aceites estrangeiros na equipa das águias.

    A decisão dos adeptos tinha como objetivo recuperar o poderio europeu da década de 60 e não perder o comboio dos rivais, que já há várias décadas contavam com estrangeiros nas suas fileiras.

    O primeiro estrangeiro só chegaria à Luz em 1979. Jorge Gomes Filho foi contratado ao Boavista FC. O avançado brasileiro, que fez praticamente toda a carreira em Portugal, esteve apenas três temporadas de águia ao peito, tendo apontado apenas 13 golos.

    O que fez dentro de campo esteve longe de ser histórico, mas Jorge Gomes Filho abriu uma porta para a entrada de estrangeiros no SL Benfica, marcando assim o seu nome na história do clube lisboeta.

    Logo em 1981, chegou ao Benfica Zoran Filipovic, o primeiro estrangeiro de um país não pertencente à atual CPLP. O avançado jugoslavo, nascido no que é hoje o Montenegro, marcou 39 golos em três temporadas no Estádio da Luz.

    No meio dos muitos jogadores estrangeiros que passaram no SL Benfica, Óscar Cardozo é o melhor marcador
    Fonte: SL Benfica

    Ao longo dos anos 80, apenas 10% a 20% do plantel dos encarnados era constituído por estrangeiros.

    Na década de 90, o panorama começou a mudar ligeiramente. A chegada de um elevado número de jogadores brasileiros e a aposta em mercados emergentes como o norte da europa ou os Balcãs fizeram aumentar o número de estrangeiros na equipa da Luz. Percentualmente, cerca de 25% a 35% da equipa era agora composta por estrangeiros.

    Já no novo milénio, com o fenómeno da globalização cada vez mais presente, o número de estrangeiros no SL Benfica disparou. Por esta altura, os portugueses já compunham apenas metade do plantel. A percentagem de portugueses foi diminuindo paulatinamente ao longo da primeira década do século.

    Durante a era de Jorge Jesus, a percentagem de portugueses na equipa foi a mais baixa desde que há memória. Na época de 2009/2010, pela primeira vez na história do clube encarnado, os portugueses não eram a nacionalidade maioritária do plantel. Os 14 brasileiros da equipa equivaliam a 40% do plantel, face aos 31,4% “ocupados” pelos portugueses.

    Na época seguinte, foi registada a mais baixa percentagem de portugueses de sempre num plantel do SL Benfica: cerca de 30% (a época mencionada e as épocas de 2013/14 e 2014/15 têm números praticamente idênticos).

    Na época de 2010/2011, apenas três jogadores portugueses eram opções (relativamente) viáveis para o treinador: Rúben Amorim, Eduardo e Nélson Oliveira. O guardião português realizou apenas nove jogos, o agora treinador do Sporting CP vestiu a camisola das águias apenas 10 vezes e Nelson Oliveira jogou por 22 vezes, mas apenas três como titular.

    Após a saída de Jorge Jesus e com a clara intenção da direção em apostar na formação, o número de portugueses na equipa principal das águias, naturalmente, cresceu.

    Esta temporada, a percentagem de portugueses voltou a subir acima dos 40% (46%), coisa que já não acontecia há já várias temporadas.

    É absolutamente correta a ideia de que a nacionalidade de um jogador não interessa absolutamente nada dentro de campo. Numa altura em que a globalização se torna cada vez maior, as fronteiras vão perdendo importância e a ideia de uma cultura mais mundial se vai tornando cada vez mais presente, serão cada vez mais os jogadores a jogar fora do seu país (como acontece a tantos e tantos portugueses).

    No entanto, é sempre importante para a identidade de uma grande instituição e para o ego dos seus adeptos ver o seu clube ter uma significativa base nacional e ver muitos dos atletas tornarem-se internacionais.

    Neste momento o SL Benfica está numa excelente situação no que diz respeito a talento nacional. Se estes jovens forem geridos de uma forma sustentável que promova o seu desenvolvimento, o clube encarnado tem tudo o que é preciso para vir a ser uma das bases da seleção nacional.

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    Gonçalo Batista
    Gonçalo Batistahttp://www.bolanarede.pt
    O Gonçalo é atualmente aluno da Escola Superior de Comunicação Social, onde persegue o seu sonho de ser jornalista. Descobriu a emoção do desporto quando assistiu, juntamente com o seu pai, ao clássico entre o Glasgow Rangers e o Celtic. A partir desse momento o desporto tornou-se uma parte fundamental da sua vida. Apaixonado pela prática desportiva, segue o futebol em geral e a NBA religiosamente. Tem dois clubes de coração o Benfica, e o Clube Atlético de Queluz clube da terra, no qual é atleta desde os 6 anos.                                                                                                                                                 O Gonçalo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.