A Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária realizou na passada segunda-feira (9/11) buscas no Estádio da Luz e em Ponta Delgada, nas sedes das SAD do SL Benfica e do CD Santa Clara, num processo que envolve negócios por três jogadores líbios que passaram por Portugal, mas também suspeitas de corrupção no caso Mala Ciao, segundo avançou a Sábado e confirmou o Ministério Público.
Das 29 buscas, oito são domiciliárias: uma a uma fundação; seis delas a instalações de três sociedades desportivas; nove a outros tipos de sociedade; três a dois clubes desportivos; e outras duas a dois escritórios de advogados.
A PGR esclarece que “nos inquéritos investigam-se factos suscetíveis de integrarem crimes de participação económica em negócio ou recebimento indevido de vantagem, corrupção ativa e passiva no fenómeno desportivo, fraude fiscal qualificada e branqueamento.”
“Nos inquéritos investigam-se factos suscetíveis de integrarem crimes de participação económica em negócio ou recebimento indevido de vantagem, corrupção ativa e passiva no fenómeno desportivo, fraude fiscal qualificada e branqueamento. Estão em causa negócios de diversa natureza, todos relacionados com o futebol profissional e relativos, nomeadamente, a contratos de parceria de cooperação financeiro-desportiva e respetivos aditamentos bem como a acordos de alteração de contrato de parceria. Investigam-se ainda a aquisição dos direitos desportivos e económicos dos jogadores por parte de clubes nacionais de futebol, empréstimos concedidos a um destes clubes e a uma sociedade desportiva por um cidadão de Singapura com interesses em sociedades sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas e a utilização das contas do mesmo clube e de outro, para a circulação de dinheiro”, adiantou.
Estão em causa, acrescenta a nota da Procuradoria-Geral da República, “negócios de diversa natureza, todos relacionados com o futebol profissional e relativos, nomeadamente, a contratos de parceria de cooperação financeiro-desportiva e respetivos aditamentos bem como a acordos de alteração de contrato de parceria.”
De acordo com a TVI, Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, é um dos principais visados desta operação, liderada pelo juiz Carlos Alexandre, sob suspeita de crimes como corrupção desportiva. Outro dos suspeitos é Paulo Gonçalves, antigo braço direito de Vieira, que saiu do Benfica quando foi acusado no processo “E-toupeira”, mas continua a fazer negócios com o clube.
Esta é já a nona visita da Polícia Judiciária ao Estádio da Luz no âmbito de alegados processos de corrupção que envolvem Luís Filipe Vieira e, por conseguinte, o Sport Lisboa e Benfica. Após uma semana desastrosa a nível desportivo – com nove golos sofridos em três jogos, com a agravante de se ter perdido os dois jogos do campeonato -, o clube, que conta já com 116 anos de uma história gloriosa, vê, mais uma vez, o seu bom nome arrastado pelas ruas da amargura devido à conduta dúbia de quem está ao seu comando.