Desde logo, pelas menos frequentes perdas de bola, em particular no próprio meio terreno. A segurança e classe de João Mário aportaram à equipa algo que esta não tinha com as restantes opções para o meio-campo. Contudo, não foram apenas pormenores individuais a fazer a diferença. A aposta contínua e mais solidificada no sistema de três centrais tem dado bons resultados.
Além da qualidade dos centrais utilizados, importa também olhar para a dupla de meio-campo (e, em particular, para Weigl) que joga à sua frente. O médio alemão tem mostrado estar muito mais por dentro do que o treinador lhe pede e tem espalhado classe em campo, contribuindo ainda para o desafogo de João Mário, que se vê incumbido apenas e só das suas próprias tarefas.
Por outro lado, ofensivamente a equipa tem produzido e concretizado um pouco menos do que no começo da temporada passada, mas tem sido mais consistente e os jogadores têm estado mais concentrados durante a integralidade das partidas.
De resto, apenas nos Açores as águias fizeram mais do que dois golos. A verdade é que tem chegado para vencer – e como era importante vencer.
Outro dos aspetos em que a equipa cresceu prende-se com os índices de confiança e de união dentro do grupo. É notório mesmo para os mais desatentos espetadores externos ao grupo de trabalho que este está muito mais aguerrido e junto e que os seus membros são cada vez mais “uma família”. Por falar em família…
Talvez seja este o principal ponto diferenciador: o regresso do público. A família benfiquista voltou a colorir estádios de Norte a Sul de Portugal e tem ajudado a empurrar os pupilos de Jorge Jesus para a vitória.
Sem público, dificilmente o SL Benfica teria sido capaz de superar as adversidades que teve que enfrentar em Moreira de Cónegas (inferioridade numérica), na receção ao PSV (inferioridade qualitativa) e na receção ao CD Tondela (inferioridade no marcador).
Sobeja, agora, continuar assim, estando todo e qualquer benfiquista cônscio de que será difícil fazê-lo, dada a dificuldade que o calendário futuro encerra para o SL Benfica. Todavia, a confiança existe e supera em larga escala a que subsistia ao cabo do período homólogo da época passada. Veremos quanto tempo dura.