Os pés bem assentes na terra…ou não? | SL Benfica

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    Por vezes, sonhar alto faz bem, não custa nada, mas, e quando nem tudo é possível? Numa época onde o SL Benfica é uma das melhores equipas a nível mundial a praticar futebol, estando nos quartos de final da Champions, no lado teoricamente favorável da competição, e com dez pontos de avanço sobre o segundo classificado no campeonato nacional, todo o envolvimento em que as águias se encontram parece, por vezes, um sonho.

     Este envolvimento quase utópico tem permitido a todos sonhar com um final de época paradisíaco, lá bem no topo da Europa, quase sem ter vista para o solo que se pisa de momento.

    Num mundo hipotético onde apenas um desfecho feliz é possível, qual seria o cenário preferível para os benfiquistas: a conquista do campeonato, que já é difícil de fugir, com a eliminação na Champions a saber a pouco, ou, a conquista da tão desejada liga milionária mas a catastrófica perda do campeonato, depois de um tão longo caminho percorrido? Com o que é que os adeptos das águias se contentavam mais?

    A verdade é que o Benfica já não vive na realidade da glória europeia desde os anos 60 e são poucos aqueles que tiveram essas vivências e ainda se encontram na atualidade para contar as histórias que puderam experienciar. Depois desses tão ilustres anos, quando os encarnados tiveram oportunidades de voltar ao esplendor europeu, o desfecho nunca foi o mais feliz, para desgosto de muitos.

    Roger Schmidt Benfica
    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Por isso, em pleno século XXI, num mundo onde o futebol se encontra infetado pelo dinheiro e a história se coloca em segundo plano, a conquista da liga dos milhões seria conquistar muito mais que um troféu. O caminho que as águias têm percorrido lá fora ao longo da temporada tem encantado milhares e milhares, não só pela forma como a equipa joga mas também por aquilo que significa.

    Um clube que nunca alterou os seus valores perante uma sociedade desportivamente financiada, mas que mesmo assim continua a lutar ao lado dos grandes tubarões internacionais. Acreditar nessa possibilidade não é irreal, e continuar a fazê-lo só impulsiona as hipóteses da mesma.

    Por outro lado, a afirmação no futebol nacional tem vindo a escapar nas últimas épocas, tendo o último campeonato ter sido conquistado em 2019, o que não vai de encontro com as expectativas de um clube como o Benfica, dos adeptos e da normalidade do mesmo. A conquista do 38 é algo fervorosamente ambicionado por todos aqueles que apoiam o clube e este ano a vitória do mesmo está mais perto que nunca. Perder o campeonato nesta altura seria algo considerado como uma catástrofe.

    Fora de “ses”, o objetivo deste artigo não é prever hipóteses ou cenários, porque isso não é possível, mas sim suscitar na mente de cada um aquilo que se toma como preferência: agarrar-se àquilo que é mais seguro ou lutar por aquilo que tanto se sonha?

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    Guilherme Terras Marques
    Guilherme Terras Marques
    Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico