É demasiado cedo para estar a dizer que Svilar é o novo Ederson mas a verdade é que há muito Ederson em Svilar.
Svilar consegue, em milésimos de segundo, fazer-me recordar o Roberto com as saídas dos postes tão inesperadas, como fazer-me recordar Ederson com a sua segurança e tranquilidade na hora de agarrar a bola.
Na minha opinião Svilar chegou ao Benfica rotulado de equipa B, isto é, tendo em conta a idade e a falta de rodagem em palcos grandes do futebol europeu, pensei sempre que iriamos ver Svilar uma ou duas épocas ao serviço da equipa da formação. Enganei-me, o futuro do rapaz não passava pelo percurso de Ederson e a falta de bom futebol de Bruno Varela colocava Svilar no banco de suplentes e até disponível para assumir as redes da baliza. A sua aparente inexperiência ditavam que seria pouco desejável colocar Svilar em palcos Europeus ou em jogos de elevada pressão mas a verdade é que frente ao United, em ambas as partidas, vimos um Svilar gigante e que o golo sofrido na Luz mostra que vai ser um grande guarda-redes.
A constante busca por assumir-se perante os adversários em lances de risco mostra que o jovem guarda-redes quer mostrar serviço mas principalmente neste jogo frente ao Vitória SC mostrou algo que não pode mostrar assim tão cedo. No golo sofrido, Svilar tentou adivinhar para que lado Rafael Martins ia rematar e o ponta-de-lança adversário terá percebido o movimento do guarda-redes e rematou para o lado contrário. O raciocínio de Svilar só pode ser aceitável para um guarda-redes com imensos anos de experiência e mesmo assim deve jogar pelo seguro e não tentar agir além do presente.
Até ao momento vimos momentos gigantes de Svilar mas também percebemos, e ele saberá certamente, que o caminho para o sucesso individual é longo e há muito para caminhar até então. Num coletivo onde há um guarda-redes de elite mundial, Júlio César pode ser um ótimo professor.
Foto de Capa: Four Four Two