Título e qualificação direta para a Liga dos Campeões: desejo ou necessidade?

    No final de maio estará de volta a Primeira Liga, sabe-se lá porquê. Por algum estranho motivo, as entidades ditas competentes que regem o futebol português decidiram que não valia a pena retomar as restantes competições do desporto-rei em terras lusitanas. Contudo, consideraram de sobeja importância dar aos adeptos de futebol (entenda-se adeptos de clubes de futebol) as desconsoladoras imagens de 90(!) jogos à porta fechada.

    Apesar de estar contra essa decisão (não sei se notaram), nada posso fazer. O campeonato vai ser retomado e, se tudo correr bem (?), vai ser disputado até ao fim e teremos descidas, manutenções e um campeão que será certamente contestado meses a fio pelo adversário direto que terminar com o “título” todo pomposo de vice-campeão.

    Na luta pelo título (o que conta), estão SL Benfica e FC Porto. No corrente artigo, é abordada a perspetiva dos encarnados, partindo da pergunta que o titula: terminar em primeiro lugar é apenas um desejo ou será uma necessidade das águias, face ao cenário atual (que pelos vistos não é assim tão mau, até dá para haver bola)? R.: Ehhh…

    Tão ou mais importante que o título é a presença garantida na fase de grupos da Liga dos Campeões. Será mais uma necessidade do que um desejo?
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    De certa forma, a conquista do campeonato nacional (ou a, preparem-se, “Reconquista”) é sempre uma necessidade, em particular quando apenas o campeão português tem acesso direto à Liga dos Campeões (porque é que será?…). Em jogo estão, logo à cabeça, 40 milhões de euros. Mesmo para quem respira saúde financeira, é muito dinheiro (além de que agora é complicado respirar).

    Perante a pandemia em curso e as suas certamente devastadoras consequências (que pelos vistos não são assim tão devastadoras, até dá para haver bola), essa necessidade acentua-se, podendo até tornar-se premente. No entanto, a imagem transparecida pela direção do SL Benfica (se é que há transparência numa direção de um clube de futebol português), é a de que o clube pode superar com alguma tranquilidade a negra fase que vivemos (que pelos vistos… vocês já sabem o resto).

    O investimento não será reduzido de sobremaneira e os salários não serão cortados, ao que tudo indica. Assim, o clube da Luz poderá abordar a reta final do campeonato (isto vai mesmo acontecer? Uau…) com a tranquilidade de quem almeja o título sem carregar a pressão adicional de ter, forçosamente, que o conquistar. Nesse sentido, os encarnados podem até partir em vantagem em relação aos dragões, que me parecem mais necessitados do título e da garantia da presença na liga milionária.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.