Vêm aí as decisões

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    Agora vai começar a doer. O pacote de jogos contra equipas da classe média-baixa da tabela foi ultrapassado com distinção, muitas vezes acompanhado de goleadas, mas o mês que agora começa e o início de Março trazem testes muito exigentes, que vão avaliar o que realmente vale este Benfica de Rui Vitória. Para já a equipa joga bem, está confiante, marca golos e pratica um futebol atrativo.

    Nota-se a evolução desde o início da época, em que cheguei a pensar que Rui Vitória não chegaria sequer ao Natal e que o Benfica ia ter uma época semelhante ao segundo ano de Jesus (segundo lugar a 21 pontos do FC Porto). Enganei-me e ainda bem. Quem me dera estar errado de cada vez que prognosticar uma má temporada para o Benfica. Gaitán regressou, Sanches tornou-se indispensável no meio campo (aproxima-se do patamar de Enzo a passos largos), Eliseu melhorou, Jonas está mais letal do que nunca. Nem a ausência do capitão Luisão tem feito abanar a defesa. E ainda temos Salvio, que deve estar recuperado dentro em breve, para atacar o último terço da Liga na máxima força.

    O ciclo de jogos que se aproxima é crucial. Começa já amanhã no Restelo, numa deslocação sempre complicada. É ganhar ou ganhar. É fundamental manter a distância de três pontos para o FC Porto. Na sexta-feira, dia 12, a receção aos dragões na Luz pode cavar desde já um fosso considerável entre o segundo e o terceiro classificados se o Benfica vencer e deixar a luta pelo título para os clubes de Lisboa. No dia 16 regressa a Champions. Apesar de o sorteio não ter sido mau, o Zenit é uma equipa bem orientada e com jogadores, como Hulk ou Witsel, que fazem a diferença. No baú das boas memórias está a vitória do Benfica em casa por 2-0 na segunda mão também dos oitavos de final em 2011/2012, que deu o apuramento depois de uma derrota na Rússia. Contudo, os dois últimos encontros entre os dois emblemas terminaram com duas derrotas para a equipa portuguesa, na fase de grupos da Champions de 2014/2015. É quase obrigatório levar vantagem para São Petersburgo para manter esperanças no apuramento.

    O apoio dos adeptos será fundamental para a ultrapassar com sucesso esta fase; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
    O apoio dos adeptos será fundamental para a ultrapassar com sucesso esta fase;
    Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

    Depois do jogo com os russos é provável que Rui Vitória comece a gerir a equipa perante o ritmo intenso de jogos. Há posições de maior desgaste e que vão assistir a alguma rotação, principalmente nas alas. Eliseu, aos 32 anos, dificilmente terá capacidade física para fazer três jogos numa semana e ainda para mais jogos de grau de dificuldade alto – FC Porto (casa), Zenit (casa), Paços Ferreira (Fora). Por isso, Grimaldo poderá ter de ser chamado ainda sem muito ritmo competitivo. Do outro lado da defesa, a situação é menos preocupante, uma vez que há Nélson Semedo (o titular natural que está a ganhar ritmo depois da lesão), André Almeida e Sílvio. A posição 6 está mais do que assegurada – tanto Samaris como Fejsa podem jogar de início e a qualidade está sempre lá – e nas alas ofensivas não faltam soluções.

    Voltando a olhar para o calendário, segue-se a exigente visita a Paços de Ferreira, a 20 ou 21 deste mês, e depois o jogo mais fácil deste ciclo, em teoria: o Benfica-União da Madeira, no último fim de semana de Fevereiro. Daí a uma semana, já em Março, está agendado o escaldante derby lisboeta em Alvalade, que será tanto mais quente conforme a classificação. No dia 9 joga-se a segunda mão dos oitavos de final da Champions na Rússia. Em pouco mais de um mês sucedem-se duelos de grande dificuldade em que mais do que nunca a equipa terá de se manter focada nos seus objetivos, unida e terá de saber aliviar a pressão que virá de todos os lados.

    Como é óbvio, não é em meados de Março que se definem campeões mas a posição que a equipa ocupar nessa altura e o desfecho da eliminatória da Champions vão contribuir para o que será o resto da época. Se tudo correr bem, poderemos no fim estar a festejar o tricampeonato 40 anos depois. Nunca como agora acreditei tanto de que isso poderá mesmo acontecer.

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    Tiago Caeiro
    Tiago Caeirohttp://www.bolanarede.pt
    É frequente dar por ele a contar as horas até começar o próximo jogo do glorioso Benfica, que não perde por nada. Lá fora, apoia Arsenal, Milan e Bayern só porque os seus jogadores vestem a magnífica cor vermelha.                                                                                                                                                 O Tiago não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.