O SL Benfica continua à procura de um número “6” que possa concorrer com Julian Weigl pela titularidade, e esse jogador pode ser Willian Arão. Depois de ter assegurado o “8” que Jesus pretendia – João Mário – e das negociações por Al Musrati se terem hipotecado nos valores pedidos pelos bracarenses, o nome de brasileiro volta a ser apontado à Luz. Florentino, à espreita mas ainda sem total confiança do técnico, também não parece, para já, solução real no planeamento do treinador.
É neste contexto que surge o nome de Willian Arão, paulista nascido em março de 1992. Noticiado pelo O Jogo, o interesse no internacional brasileiro (uma ocasião, em 2017) vem da época passada, relacionada com o regresso de Jorge Jesus a Lisboa: foi com o jogador brasileiro a estancar o meio-campo que o CR Flamengo alcançou a conquista da Libertadores em 2019, além do Brasileirão, um ano de inevitáveis sucessos que culminaram na chegada à final do Mundial de Clubes, frente ao Liverpool FC (derrota por 1-0).
Nessa época, Willian foi uma das figuras da equipa com 49 jogos realizados, nos quais apontou dois golos e sete assistências. O jogador volta ao radar da Luz, com o empresário (e pai) Flávio Arão a reagir de forma acessível aos rumores: “Não vejo qualquer empecilho se for bom para ele, bom para todas as partes”.
Arão, sem Jesus, continuou a consolidar a sua importância no onze do Mengão, ainda que noutras vertentes – se Doménec Torrent, o técnico espanhol que substituiu o português, tivesse continuado a apostar nele para trinco, Rogério Ceni fez questão de o recuar uns metros no relvado e lançá-lo como central, ao lado de Rodrigo Caio ou Gustavo Henrique.
Foi nessa posição que cumpriu a última fase do ex-guarda-redes ao comando do clube (foi despedido em junho, substituído por Renato Gaúcho), cimentando rotinas numa posição que lhe é estranha mas que, no entender do técnico, lhe permitiria aproveitar a sua saída de bola da melhor forma. Se a equipa melhorou, pelos índices expostos adiante, é também verdade que a ausência de um verdadeiro tampão a meio-campo (onde jogavam Gerson-Diego, principalmente) se revelou como um desequilíbrio a longo prazo.
Desde que Willian Arão virou zagueiro, o @Flamengo de Ceni:
➤ Melhorou seu aproveitamento de 49% para 79%
➤ Não sofreu gol em 50% dos jogos (23% antes)
➤ Diminuiu em 36% os gols sofridos
➤ Aumentou em 62% as interceptações
➤ Aumentou em 37% os desarmesADAPTADO NA FUNÇÃO! pic.twitter.com/RhOygjwZRS
— Footstats I2A (@Footstats) April 1, 2021
Conseguiu entusiasmar na nova posição e alavancar o rendimento do conjunto, o que só provocou ainda mais as comparações com a sua fase Jesus e a inevitável constatação: por muito que desse conta do recado, o seu rendimento anterior, como primeiro volante, era inigualável. Natural, então, que se tenham originado, aqui e ali, rumores de um possível reencontro entre jogador e técnico.
Arão começou como centrocampista puro, cumprindo etapas formativas no Juventude, Portuguesa e Grêmio Barueri antes de chegar a um gigante do seu estado, o São Paulo. Da mesma geração de Lucas Moura e Casemiro, chamou à atenção numa Copa de Futebol Júnior.