Para a partida da 20.ª jornada, Flávio das Neves operou uma mão cheia de mudanças no onze, relativamente à última derrota caseira, enquanto José Carlos Fernandes fez apenas uma alteração, com Nandinho a render Alvinho na lateral direita.
Esperava-se um jogo bastante dividido, intenso e com golos, já que pontuar era mais importante para ambos do que não sofrer. O primeiro sinal de perigo deu golo na recarga. Ainda dentro do minuto seis, João Nogueira conquista uma falta junto à linha lateral, e é o próprio que bate o livre para a área. Depois do corte da defesa, Mailó volta a colocar a bola na área e aparece Zé Pimenta, solto de marcação, a cabecear junto ao poste para o fundo das redes.
Atrás no resultado desde praticamente o início, cabia à AD Oliveirense assumir o controlo do jogo, e durante 20 minutos conseguiu rondar a baliza de Bean, mas sem o incomodar demasiado. À passagem do quarto de hora, Dinis despeja na área, Marlon recolhe para lá do segundo poste, encara Bean e tenta o chapéu, demasiado alto. No minuto seguinte, a defesa forasteira não alivia da melhor forma, Marlon volta a recolher uma bola perdida e remata forte, ligeiramente ao lado. Aos 23 minutos, e após a melhor jogada coletiva da equipa de Santa Maria de Oliveira, Mohamed Touré tenta cavar o penálti, mas o melhor que conseguiu foi um cartão amarelo.
Quando a AD Limianos conseguiu segurar as intenções do adversário, chegou novamente ao golo. Lançado em corrida pela esquerda, Muelson Samate recolheu a bola a muito custo, ainda dentro das quatro linhas, encarou e desfez-se de dois adversários e rematou em arco para aquele que seria o golo de uma carreira. No entanto, o poste negou as intenções do guineense, mas nada travou a recarga do seu compatriota, Iano.
A AD Oliveirense não se perdeu em desilusões e voltou ao ataque. Dois minutos decorridos, na sequência de um livre lateral, Drogba Camará apareceu ao segundo poste e desperdiçou a melhor oportunidade da sua equipa, cabeceando ao ferro. No minuto seguinte, Marlon – quem mais… – investiu pela lateral direita, aproveitando as costas de Vítor Sousa, e já dentro da área, permitiu o corte de Touré. Esta foi a tendência até ao final da primeira parte, com os visitados a rondar a área limiana, mas sem conseguir alvejá-la.
A primeira parte foi bastante dividida, tal como se previa, mostrou uma equipa visitante muito prática na aproximação à área adversária e, além disso, bastante eficaz na hora de concretizar. Do outro lado, viu-se muito esforço por parte de Mohamed e Camará, não correspondido pelo resto da equipa. O meio-campo dos da casa praticamente não existiu na construção, tendo sido Jorge o único apontamento de lucidez e criatividade deste setor. O lateral Maurício participava muito e bem no ataque, mas a equipa era pobre na hora da decisão e prova disso foi o pouco trabalho de Bean.
A entrada na segunda parte só deu AD Oliveirense. Mais rápidos na recuperação em terrenos avançados e na saída para o ataque, as aproximações acumulavam-se, mas nenhuma terminava em remate à baliza. Como se não bastasse, aos 62 minutos, Nuno Afonso, entrado no reatar da partida, viu o vermelho direto por entrada dura sobre Borges. No entanto, foi já com dez elementos em campo que a AD Oliveirense chegou ao golo. Depois de uma arrancada frenética de Mohamed, Camará surgiu no centro da área a encostar para o golo.
Mesmo reduzidos, os visitados chegaram ao golo e tudo fizeram para alcançar o empate, tendo mesmo dominado a partida frente a um AD Limianos mais expectante e a apostar no contra-ataque. Aos 79 minutos, Marlon teve a última intervenção no jogo, cabeceando para grande defesa de Bean, a melhor da tarde. Quatro minutos depois, Cláudio Borges, imprudente, prolongou uma jogada na linha de fundo em vez de a limpar definitivamente e permitiu a recuperação de Camará. Já dentro da área, Borges foi ao chão derrubar o camisola ‘86’ e Daniel Cardoso não teve dúvidas em apitar penálti. Chamado a converter a recuperação heróica dos da casa, Mohamed atirou por cima da baliza, para desilusão das bancadas e festa do banco de suplentes limiano.
E como “quem não marca sofre”, no minuto seguinte, Vítor Sousa recuperou a posse e deixou a construção para Rui Magalhães. Depois de aguentar a pressão, o camisola ‘7’ entregou a Elivelton, que trabalhou exemplarmente o lance; recebeu, rodou sobre o adversário e isolou Iano na perfeição. Com Iván pela frente, o guineense rematou cruzado e pôs uma pedra no resultado. Já de rastos, os famalicenses ainda voltariam a sofrer, quando a defesa demorou a abordar um pontapé de Bean. Apareceu Samate na antecipação e a partir daí resumiu-se a velocidade, e novo golo dos limianos.
Ao fim de 45 minutos assistiu-se a um resultado justo e adequado, que premiava uma equipa prática e eficaz. Contudo, os números subiram e acabou por se registar um marcador demasiado expressivo. Aos da casa, faltou sempre acerto na hora de finalizar, e nem de penálti o conseguiram. Podem queixar-se de culpa própria e não podem entregar a Camará e Mohamed todas as despesas da partida. Os visitantes souberam aguentar uma altura de maior pressão, mas, mais uma vez, podiam deitar tudo a perder com um erro defensivo, valendo a tarde inspirada de Iano e Samate.
ONZES INICIAIS
AD Oliveirense: Iván Cruz; Maurício, Ricardo Bouças, Patrick (Ruizinho, 45’) e Ricardo Morais (Nuno Afonso, 45’); Sandro, Jorge Pereira e Dinis Lopes; Drogba Camará, Mohamed e Marlon (Matheus Benê, 81’).
AD Limianos: Bean; Vítor Sousa, Cláudio Borges, Touré e Nandinho; Zé Pimenta (Wanderley, 58’), Luan Sérgio e João Nogueira (Rui Magalhães, 65’); Iano, Samate e Mailó (Elivelton, 79’).